Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Cidades

Jorge Demétrio pega 27 anos de cadeia por assassinato

Com discurso dissimulado e contraditório, o argentino Jorge Santiago Demétrio, de 36 anos, não convenceu o Tribunal do Júri de sua inocência no assassinato de Bruna Jéssica Florão, aos 13 anos, e foi condenado a 27 anos e oito meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de estupro e ocultação de cadáver.


O crime aconteceu no dia 21 de setembro de 2007, na casa dele, na avenida Presidente Marques, em Cuiabá. O julgamento durou 12 horas, começando às 9 horas. A Defensoria Pública não recorrerá da decisão.

Seis testemunhas prestaram depoimento. Em seguida, o réu falou por 1h30 à juíza Mônica Catarina Perri. O argentino mudou em juízo a versão contada na fase de inquérito policial, quando disse ter consumido droga e só retomado a consciência depois, sem se lembrar dos fatos.

Ontem, disse que nem encostou na garota no dia do assassinato e falou sobre a manhã em que Bruna, que era vizinha, foi encontrada morta em sua casa. "O que ele disse hoje para mim é inédito", surpreendeu-se até mesmo o defensor público que atua no caso, Altamiro Araújo.

Para justificar alguns lapsos de memória e falta de lucidez no dia do crime, o réu disse ter usado pasta-base de cocaína e bebido vodka durante toda a noite anterior. O dado é contestado pelo Ministério Público Estadual (MPE), já que os laudos apontaram no cachimbo do acusado apenas resquícios de maconha, que tem menor poder alucinógeno.

O corpo da vítima foi encontrado embaixo da cama do argentino com uma camiseta inteira colocada na boca, causando a asfixia, e outra tampando o rosto, amarrada por um elástico envolto no pescoço da menina. Ela estava apenas de calcinha, com marcas de mordida na região peitoral, o rosto queimado com cigarro, arranhões e uma lesão na cabeça, causada por uma pancada desferida com um pedaço de madeira.

O réu disse ontem que Bruna foi à sua casa por volta de 6 horas para comprar uma pulseira, feita pelo artesão. "Eu ainda estava fumando (pasta-base)", disse. Então, a menina teria perguntado para o que servia o cachimbo, e ele autorizado-a a fumar. "Eu percebi que ela começou a ficar roxa, sem ar, desmaiou e caiu, batendo na ponta da cama", disse. Com a menina desmaiada, continuou fumando.

A versão contradiz as testemunhas e não explica como o corpo foi parar embaixo da cama. Prestaram depoimento ontem a ex-mulher do réu, Maria Alice Silva, os sogros dele, Silvino Silva e Odete Silva, a médica que atestou a sanidade mental, Ana Gonçalves, o policial militar João Souza e outra garota agredida por ele em 2007, Talissa Priante.

O argentino morava na casa com fundos para a dos ex-sogros. Odete escutou por volta de 6h30 gritos de socorro. Contudo, teve de ir duas vezes à casa do réu com o marido até ele abrir a porta. Sujo de sangue, Demétrio disse estar brincando com um gato, que o teria arranhado. Odete pediu para a filha checar o que estava acontecendo.

Ao olhar pelo muro, Maria Alice viu um cobertor envolto em algo, enquanto ele tentava cavar um buraco. "Então vi a mão de uma criança no cobertor", disse. Como já sabia do desaparecimento de Bruna na mesma manhã, desconfiou. A família acionou a polícia, que às 11 horas chegou. "Ele disse que era briga conjugal. Na revista, o colega viu o corpo embaixo da cama, duro e com pano dentro da boca", falou João. A madeira usada para ferir a menina e arrastá-la estava atrás da porta.

Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet