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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Primeiras impressões: Honda Fit LX manual e EXL

Foto: (Foto: Divulgação / Caio Mattos)

Honda Fit EX 2015

Honda Fit EX 2015

Engana-se quem acha que o principal lançamento da Honda nesse ano será o jipinho Vezel, ou que a reestilização do Civic, programada para junho, foi antecipada para mantê-lo como carro-chefe da marca. Com 48 mil emplacamentos previstos para o período de maio a dezembro deste ano, o Fit assume na terceira geração a responsabilidade de ser o Honda mais vendido do país e incrementar o volume de produção da nova planta de Itirapina (no interior de São Paulo), onde a montadora investiu R$ 1 bilhão para fabricar ele e o futuro SUV compacto.


De quebra, o Fit 2015 é o primeiro a mostrar no Brasil a nova identidade visual da marca, batizada de “Solid Wing Face” e cuja principal caracterização está nos faróis, na grade e no forte vinco lateral.
A missão do novo Fit, portanto, é grande – assim como os acertos e erros para cumpri-la.

Mais espaço

O visual notoriamente mais esportivo (as rodas das versões EX e EXL são mais ousadas até que as do Civic) e “masculino” embala a mais importante evolução do novo Fit. Mais comprido (de 3,90 m para 3,99 m) e com entreeixos mais longo (2,53 m contra 2,50 m do antigo), o modelo cresceu também em medidas raramente notadas, mas igualmente importantes: 35 mm a mais em espaço sobre os ombros nos bancos dianteiros e 20 mm no traseiro, 122 mm a mais para as pernas na segunda fileira e 80 mm a mais de distância entre os passageiros dianteiros e traseiros – este último incremento consequência de uma redução do comprimento do braço da suspensão traseira, enquanto uma mudança na fixação do tanque de combustível (que é central) permitiu que o motorista ganhasse 10 mm na regulagem de altura do assento.

Melhor no espaço (que já era bom), melhor também na versatilidade, um dos pontos fortes da segunda geração. O sistema de rebatimento dos bancos ULT (Utility Long Tall) foi aperfeiçoado e oferece agora a possiblidade de alinhar o encosto dianteiro ao assento traseiro, criando assim um espaço para objetos mais longos, como uma prancha de surfe, por exemplo.

CVT de volta

Quando lançou a segunda geração do Fit, em outubro de 2008, a Honda alegou que a troca do câmbio CVT por um novo automático com opção de trocas manuais buscava novos clientes (sobretudo homens) que pediam mais esportividade. O discurso agora, ao retomar a tecnologia de transmissão com marchas continuamente variáveis, enaltece a necessidade de economizar mais combustível. Parece ter sido uma escolha sensata, já que o Fit passou de nota B para A na avaliação do Conpet, o programa de etiquetagem veicular do Inmetro – segundo a marca, o carro está 17% mais econômico nas versões com câmbio CVT e 8% nas equipadas com transmissão manual.

A redução no consumo também se deve a uma oferta maior de torque em rotações mais baixas, atingida com o aumento da taxa de compressão, retrabalho no comando de válvulas e redução de peso do motor. No modelo 2015, o motor 1.4 sai de cena, enquanto o bloco 1.5 traz a tecnologia FlexOne, que não utiliza um subtanque com gasolina para dar partida em dias frios.

Destaque para o novo controle eletrônico de abertura das válvulas que, em resumo, faz o motor trabalhar como um 8 válvulas em baixas rotações e como um 16 válvulas (como de fato é) em altos giros.

Impressões

O Fit 2015 é um carro melhor que o anterior não só no papel, mas também na prática. Quanto ao interior, não é preciso uma régua para perceber que o espaço interno realmente melhorou. Mas talvez seja decepcionante para os fãs da segunda geração encontrar uma cabine de arquitetura mais conservadora, sem o charmoso comando do antigo sistema de ar-condicionado ou o volante de diâmetro reduzido, que jamais deveria ser substituído.

Nota-se também um inegável prejuízo estético no sistema de som, que trocou a graça do modelo anterior por um aspecto simplório, que na década de 90 poderia ter sido algo sofisticado, mas que hoje não equipa sequer carros mais populares.
O plástico que reveste as portas parece ter perdido um grau de sua qualidade, mas o encaixe das peças e o acionamento dos diversos botões continuam exemplares – assim como os largos e confortáveis bancos e os amplos e práticos porta-objetos/copos. No painel de instrumentos, informações de leitura fácil e iluminação de bom gosto – seja o azul da EXL ou o laranja das demais configurações.
Após um teste de aproximadamente 150 km, o Fit mostra que continua sendo o mais excitante dos carros considerados racionais. Elogiado pela estabilidade na segunda geração, o monovolume ficou ainda mais “preso” ao chão. A direção elétrica é incrivelmente leve em manobras, sem deixar a precisão de lado em altas velocidades.
O câmbio CVT recebeu um conversor de torque, como num automático convencional, e isso se traduziu em trocas de marchas mais nítidas, atenuando um pouco a sensação de monotonia de um CVT convencional. Com razão, a Honda alega que retirou a opção de trocas manuais por falta de uso dos clientes. Quanto ao câmbio manual – que teve a primeira marcha encurtada e a quinta alongada –, os engates são tão precisos e curtos quanto os de um Volkswagen (a referência no assunto) e não rejeitam uma tocada mais esportiva.

Com mais torque em baixas rotações, o 1.5 de 116 cv e 15,3 kgfm é condizente com a proposta do carro, e como bônus também empolga quem quer um pouco mais do que um passeio tranqüilo.

Conclusão
É provável que o Fit cumpra as metas que a Honda espera dele. Maior, mais bonito, mais econômico e melhor de guiar, continuará sendo referência em espaço interno, versatilidade e versatilidade e dificilmente não conquistará novos clientes.

Mas não sem antes passar por alguns momentos constrangedores. Será tarefa árdua para um vendedor da Honda explicar que, mesmo tendo ficado mais caro nas versões a partir da DX, o Fit perdeu equipamentos já habituais num mercado cada vez mais competitivo: é difícil acreditar que o compacto abriu mão de ar-condicionado digital, freio a disco nas rodas traseiras e que a regulagem de profundidade do volante só equipa o EX e o EXL - sem falar no computador de bordo, já não muito sofisticado, agora exclusivo da topo de linha. Até o apoio de braço do motorista virou acessório.




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