Rio de Janeiro – Alegria de goleiro dura pouco. Um dia depois de ser tornar o herói da classificação da Holanda nas quartas de final diante da Costa Rica, ao defender dois pênaltis, Tim Krul está na mira do Comitê Disciplinar da Fifa por causa dos gestos provocativos em direção aos jogadores adversários e das comemorações consideradas exageradas antes de cada defesa, no último sábado, na Arena Fonte Nova, em Salvador. A Fifa aguarda o relatório da partida para avaliar se deve abrir uma avaliação sobre o caso.
Pela manhã, a porta-voz da Fifa, Delia Fischer, confirmou que o jogador está na mira da entidade. "Nós esperamos pelos relatórios. Fair play é o mais importante, mas precisamos
esperar os esclarecimentos. Ainda não sabemos", afirmou.
Alheio à apuração da Fifa, Tim Krul só pensa na partida de quarta-feira contra a Argentina, no Itaquerão, em São Paulo, pelas semifinais. Em entrevista nesta tarde, na Gávea, o goleiro disse que nesta segunda-feira começará a analisar o estilo dos cobradores do time de Alejandro Sabella.
"Vamos estudar a Argentina a partir de amanhã. Vamos fazer nosso plano para os pênaltis seja necessário", afirmou Krul. "Espero que não seja. Obviamente, não sei se serei eu o goleiro caso haja um disputa. Isso é decisão do técnico."
Sentado ao lado de Krul, o titular Cillesen admitiu que deixou o gramado da Fonte Nova nervoso quando foi substituído a dois minutos do fim da prorrogação, mas ontem preferiu encher a bola do herói da classificação. Em inglês, disse que Krul é o "cara" e só ficou chateado com o o fato de não saber antecipadamente que sairia em caso de decisão por pênaltis. "Talvez, a minha reação fosse outra".
Questionado se, em algum momento, se inspirou no brasileiro Taffarel, herói da decisão por pênaltis de 1998 na semifinal da Copa da França, Krul diante da própria Holanda, ignorou o milagreiro verde-amarelo. "Não tenho muito a dizer sobre Taffarel", desconversou.
Tim Krul admitiu que a decisão combinada com Louis van Gaal no ônibus antes da chegada ao estádio deixou a comissão técnica da Costa Rica em parafuso antes da decisão por pênaltis. "Claro que teve um impacto psicológico. O banco de reservas deles ficou confuso ao me ver aquecendo. Não sabiam o que estava acontecendo. A cara do técnico da Costa Rica foi impagável. Antes das cobranças eu apenas disse aos batedores que sabia o que eles iriam fazer. Acho que ajudou. A pressão era grande para todos", disse Krul.
