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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Primeiras impressões: Novo Ford Ka

Primeiras impressões: Novo Ford Ka
Dividindo apenas o nome com o modelo antigo, o novo Ford Ka chega com uma cartada de peso: o preço. Ele parte de R$ 35.390, valor da versão que é até injusto chamar “de entrada”, como se costuma batizar as mais baratas e, quase sempre, pouco equipadas.


Tanto que a marca aposta que ela responderá por até 80% das vendas, entre as 3 configurações que serão ofertadas.


O Ka virá com direção elétrica, ar-condicionado, vidros dianteiros e travas elétricas de série. O motor, que estreia no hatch, é o 1.0, de 3 cilindros, que desenvolve 85 cavalos com etanol e que dispensa o “tanquinho” de gasolina para partida a frio.
O câmbio é manual, de 5 marchas. A Ford diz que o automatizado de dupla embreagem "é do (New) Fiesta", já colocando o "irmão" num patamar superior.

O modelo chegará às lojas entre agosto e setembro; um mês depois será vez do sedã, Ka+, cujos preços ainda não foram divulgados. Ele vai “aposentar” o antigo Fiesta, como motor Rocam.

VEJA TODOS OS PREÇOS E EQUIPAMENTOS:

- Ka SE: R$ 35.390; de série tem ar-condicionado, direção elétrica, vidros e travas elétricas, porta celular/GPS na parte superior do painel, que permite ver a tela (My Ford Dock), rádio com conexão Bluetooth (que permite atender chamadas sem manusear o celular), entrada USB, ajuste de altura da direção, desembarçador, limpador de vidro traseiro, roda de aço de 14 polegadas, chave canivete, abertura elétrica do porta-malas, maçaneta e retrovisor na cor do veículo.

- Ka SE Plus: R$ 37.390; inclui vidros elétricos traseiros, central multimídia Sync (com comando de voz e aplicativos), controles ao volante e mais detalhes cromados no interior.

- Ka SEL: R$ 39.990; além de todos os itens anteriores, tem controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, ajuste de altura do banco do motorista, computador de bordo, alarme, faróis de neblina, lanternas escurecidas, aplique cromado na grade dianteira e rodas de liga leve de 15 polegadas.

Chega de 'peladão'
“Não é para a pessoa chegar à loja, pensando que o carro custa R$ 29,9 mil e depois vai ver que o carro que ela quer custa R$ 34 mil”, exemplificou Oswaldo Ramos, diretor de vendas e marketing da Ford, em clara alusão ao Volkswagen Up!, cujo preço inicial foi de R$ 28.900 (para o 4 portas, que agora custa R$ 29.210) sem ar-condicionado (nem ar quente). “Ninguém mais compra carro sem ar”, comentou.
Vendido como opcional para essa versão e a intermediária do modelo (por R$ 2.830), o item só é incluso no Up! topo de linha, que começou custando R$ 39.390 (4 portas) e agora tem preço sugerido de R$ 40.630.
Mas a Ford descarta a briga direta com o compacto da Volks e também com o Fiat Uno. Entre os 5 modelos que ela aponta como rivais, o principal concorrente no quesito custo/benefício é a nova geração do Renault Sandero, que parte de R$ 29,8 mil com direção hidráulica. E a versão com ar e vidros/travas elétricos custa R$ 35 mil.
Entre os demais rivais citados pela Ford, o Hyundai HB20 de entrada, na faixa de R$ 35 mil, oferece ar e direção hidráulica, chegando a R$ 37 mil com vidros e travas elétricas. Por R$ 34 mil, o Chevrolet Onix tem direção hidráulica, mas vai a R$ 39 mil para ter ar e vidros/travas elétricos. O Fiat Palio tem direção e vidros/travas por R$ 34 mil, mas, com ar, sobe para R$ 37 mil. A versão do Volkswagen Gol que tem direção hidráulica, vidros e travas custa R$ 35 mil. Com ar, ele vai a R$ 37 mil.

Celular em lugar nobre
Além de rechear da direção elétrica, outro recurso do Ka que os concorrentes não têm é a oferta de Bluetooth em todas as versões. Além disso, há a boa sacada na tal tampa que “agarra” o celular e permite deixá-lo com a tela virada para frente, ideal em tempos em que aplicativos para smartphone estão sendo muito usados para descobrir rotas de fuga no trânsito. Essa tampa faz parte da versão inicial, que tem rádio.
A partir de R$ 37.390, o consumidor tem a tela monocromática com o sistema Sync, com comando de voz para ligações e músicas, e aplicativos que a montadora ainda vai divulgar, entre eles um que permite acionamento de resgate em caso de acidente. A Ford diz que ofertará, como acessório, a central multimídia, com tela colorida touch-screen. O Onix é o único rival com esse recurso, oferecido apenas na versão mais cara, LTZ (R$ 48.296).
Não é só questão de equipamento. A montadora listou as qualidades dos rivais que o Ka tentará ofuscar: no Onix, além da conectividade, o mais baixo nível de ruído a bordo, no HB20 “estilo” e espaço dianteiro, no Gol, chamado de “o mais limitado”, economia de combustível.
Apesar de ser o único deles a oferecer apenas motor 1.0, o Ka chega credenciado como o mais potente entre os adversários (85 cv com álcool e 80 cv com gasolina) e com uma das menores médias de consumo médio de combustível, mesmo com ar-condicionado, segundo o Inmetro: 9,5 km/l com etanol, sendo que, no ciclo urbano, o valor é de 8,9 km/l e, no rodoviário, de 10,4 km/h; e 13,8 km/l com gasolina - 13,1 km/l na cidade 15,1 km/l na estrada.

É o Fiesta? É o Gol?
A “cara” do Ka não é de todo novidade. Em dezembro passado a montadora revelou o hatch, ainda chamado de Concept (conceito). Em fevereiro, o sedã. E desde então vem tentando manter o modelo na vitrine, divulgando novidades a conta-gotas.

Feito a partir do New Fiesta, o Ka manteve nome e logotipo, mas é um carro completamente diferente do “Kazinho”, que saiu de linha no ano passado (veja comparativo acima).
Nada de visual “amiguinho”. As linhas arredondadas foram trocadas por um desenho mais esportivo, com fortes vincos laterais, linha de cintura alta e aerofólio traseiro.
É gritante a diferença para o antecessor, mas esses recursos não são novidade. De frente, porém, o Ka se confunde facilmente com o “irmão” mais caro, o Fiesta, graças à estratégia da Ford (e de outras coleguinhas) de adotar a mesma “identidade visual” para toda linha, neste caso marcada pela grade em forma de hexágono e vincos no capô.

Visto de trás, o modelo lembra o Gol, pelas lanternas que, na lateral, são mais “puxadas”. Assim, o visual do Ka não é tão ousado quando seu preço e pacote de equipamentos.
As cores de pintura também são mais básicas: para não falar que fica só no preto-prata-vermelho-branco, a Ford colocou o laranja do EcoSport.
Segundo a montadora, o consumidor de carros nesse faixa de preço é mais conservador e pensa muito no valor de revenda. Ela deixa as opções para quem tem mais de R$ 40 mil, a faixa do Fiesta. “O consumidor do Fiesta é mais ousado”, diz Oswaldo Ramos.
Finalmente, dentro do Ka
O interior é que ainda era mistério. Após uma longa apresentação de todos os seus recursos, de incansáveis comparações com os rivais e da divulgação do preço, a primeira impressão ao entrar no carro é de que se esperava um pouco mais pelo conjunto.
O painel central repete o formato de toda a linha da Ford, em forma de V, com saídas de ar nas laterais. O volante é igual ao do Fiesta e do EcoSport. Isso tudo confere um ar de veículo mais caro.

Mas há plástico rígido para tudo que é lado, a maior parte com acabamento texturizado, pouco agradável ao toque. A cor predominante, cinza claro, contribui para a diminuir a impressão de “carro mais sofisticado”.
A Ford fala em posição mais alta de dirigir, mas isso é pouco notado. Porém, a ergonomia é boa, o volante tem ótima pegada e os controles estão bem distribuídos.
A montadora também disse que as ligações telefônicas seriam facilitadas pela instalação de microfone no teto, e não no painel, mas em uma ligação-teste foi necessário, sim, falar bem alto.
Motor 1.0 'mas é 3 cilindros, de 85 cv'
Com a queda de motores 1.0 nas vendas –em junho passado foram 41% dos automóveis emplacados contra 50% há 3 anos -, o lançamento de um carro apenas com motor 1.0 é outro risco do Ka. Porém, a Ford destaca que o propulsor é um dos mais modernos mundialmente, com uma série de características que o tornam o mais potente entre os rivais 1.0 e também econômico.

O G1 rodou com o hatch em um breve percurso de 30 km, entre Porto Feliz e Sorocaba, no interior de SP, com trecho em cidade e em estrada.
O conjunto se mostrou bom no curto percurso urbano. Na rodovia, o Ka não fez feio mas, naturalmente, exigiu reduzida de marcha nas retomadas, após ultrapassagens. O barulho a bordo é notado, sobretudo por se tratar de um motor de 3 cilindros, mais ruidoso, mas não incomoda demais.
A maioria dos carros compactos e médios possui motor de 4 cilindros. O 3 cilindros voltou à “moda” com a necessidade de ter propulsores mais leves, que proporcionassem economia de combustível e menos emissões de poluentes. Tecnologias modernas deram um jeito de que eles não fossem mais fracos que os de 4 cilindros (leia mais na coluna Oficina do G1).
O HB20 herdou o 3 cilindros do Kia Picanto. A Volkswagen criou um para o Up!, mas aplicou no Brasil primeiramente no Fox Bluemotion, voltado à economia de combustível.

O que cabe?
Quatro adultos se acomodam bem –mas, como em todo carro pequeno, quem é mais alto e vai para o banco de trás fica com o joelho colado no banco da frente.
Porém, a janela traseira é um pouco menos estreita que a de muitos carros com linha de cintura alta (onde os vidros ficam mais altos e vão se afilando conforme se aproximam da traseira).
O Ka só não é mais curto que o Palio e, na distância entre-eixos, que tem papel determinante no espaço interno, é superado por Onix e HB20. É, porém, o mais alto, e o segundo mais largo, atrás do rival da Chevrolet.

No porta-malas, porém, perde feio. Com 257 litros, é o menor entre os 5 concorrentes, inferior também ao Up! e ao Uno.
Parece que a Ford achou que os ocupantes vão querer levar mais objetos dentro do carro. O comprador vai levar um tempo descobrindo os “segredos” do muitos porta-objetos do Ka.
Há um entre o painel e a porta do motorista, onde o celular pode ficar escondido. E outro, de rede, que a Ford diz ter pensado para mulheres, que gostam de dirigir de sapatilha, que poderão ser guardadas ali. Também há bolsos na lateral do banco traseiro. Nas portas dianteiras é possível encaixar garrafas.

Conclusão
A Ford não divulga a expectativa de venda de seu novo modelo de entrada (o mais barato entre os que ele vende no Brasil), mas diz que espera alcançar cinco dígitos por mês, o que significa ao menos 10.000 unidades. Em junho, mês de vendas baixas, só 4 automóveis chegaram a esse volume, entre eles o Fiesta, contando as vendas do Rocam e do New Fiesta.
Ao desenvolver o Ka, que será um modelo global -poderá ser vendido em outros países, a montadora mirou os consumidores mais novos, em busca do primeiro carro, ofercendo espaço “nobres” para celular e oferta de Bluetooth em todas as versões.
Mas a própria montadora sabe que, para brigar por esse público, há opções mais “estilosas”, como Up!, HB20, Onix e até o Uno. Ela mesma informa que, atualmente, o design é principal fator que decide a compra desses carros. E defende o desenho do Ka como “direto, sem frufru”. Quem não faz questão do visual mais “descolado”, certamente vai incluir o hatch na lista de candidatos. E o custo-benefício é seu grande atrativo.
O motor 1.0, mesmo sendo o mais potente entre concorrentes, poderá pesar contra na hora da escolha. A Ford diz que, futuramente, poderá ter o hatch com motorização maior, justamente para “fidelizar” o cliente que vai querer que seu próximo carro seja mais potente. O sedã poderá chegar já com essa premissa.
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