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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Primeira coronel da PM orgulha-se da carreira escolhida

A coronel Lílian Tereza Vieira de Lima já atuou como comandante do Pelotão Feminino

A primeira mulher mato-grossense a assumir a patente de coronel da Polícia Militar e comandante geral adjunta, coronel Lílian Tereza Veira de Lima, conta nessa entrevista os fatores que a motivaram a entrar para a Polícia Militar de Mato Grosso e sobre o orgulho de ser a primeira mulher a assumir a mais alta patente da Instituição. Com mais de 26 anos de serviços prestados, ela manda um recado ainda para quem deseja entrar para a carreira militar, estudar. “Esse é o caminho. Formação. Não conheço outro”, diz a poconeana, mãe de Jéssika Vieira de Lima Ferreira, 14 anos e de Juliana de Lima Ferreira, de 11.

A coronel Lílian Tereza Vieira de Lima já atuou como comandante do Pelotão Feminino, na Casa Militar, como diretora de Recursos Humanos da PM/MT, na Diretoria de Ensino, Academia de Polícia Costa Verde, como diretora da escola estadual Tiradentes, como comandante regional de Rondonópolis (CRIV), como coordenadora militar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, diretora de Inteligência e atualmente como comandante geral adjunta da Polícia Militar de Mato Grosso. 

O que a motivou para ingressar na Polícia Militar de Mato Grosso? Quando a senhora passou a fazer parte da Instituição? 

Entrei no concurso público realizado em 1983. Foi à primeira vez que ofereciam vagas para mulheres. Eu já trabalhava como funcionária civil na PM e vi que aquela era minha chance. Ter uma carreira. Eu já tinha muita admiração pela Marinha do Brasil, mas sabia que era um caminho novo a ser percorrido, a Academia de Oficiais ficava no Rio de Janeiro. Na minha turma, de 40 homens, 4 eram mulheres. 

O que foi mais difícil na escolha de seguir a carreira militar? 

Eu fui para a Academia muito determinada. Eu queria chegar aos 21 com estabilidade profissional e consegui isso. Deixar a família, sair de casa é, sem dúvida, algo difícil de ser feito, mas temos de seguir nossos objetivos.

Qual foi o momento mais marcante na Polícia Militar?

Quando terminou o curso de CFO (Curso de Formação de Oficiais) chorei muito. É, sem dúvida, uma data muito especial em minha vida. Quando assumi a patente de coronel também. 

O que representa ser a primeira mulher de Mato Grosso a exercer as atividades de um coronel da PM?

Em 2003 eu assumi a patente e fui trabalhar como comandante do Comando Regional IV, em Rondonópolis. Quando o governador Blairo Maggi optou pela promoção de uma mulher vi o respeito e a valorização das policiais que estão na Polícia Militar. A escolha foi extremamente sensível. As mato-grossenses estão representadas aqui pelo serviço que desempenho. 

A senhora concorda com a extinção da Companhia de Policiamento Feminino? 

Sim. Se nós, mulheres, estamos brigando por inclusão em todos os ambientes de trabalho a distinção não era necessária. O espaço de trabalho é único. O que nos diferencia são os alojamentos separados. É isso que nós buscamos, mulheres, buscamos em todos os setores, a igualdade. 

A senhora sofreu discriminação de gênero?  

Nunca senti, mas faço aqui um alerta. Qualquer mulher que sofra com tratamento não cordial, que seja de alguma forma, prejudicada deve sim procurar ajuda na Delegacia de Polícia Judiciária Civil, junto ao Ministério Público. 

Que recado à senhora deixa para as mulheres mato-grossenses?

R: Ter objetivo na vida é tudo. Temos de ter metas a serem atingidas. Eu vim de uma família muito humilde, de uma cidade pequenina, sem vínculo familiar algum com a PM. Eu busquei meu sonho. Eu queria estabilidade. A educação, a formação são elementos fundamentais para o processo. A entrada para carreira militar é igual a homens e mulheres. A decisão é mesmo na caneta.


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