Infiltrações, fissuras e desvios geométricos. Estes foram alguns dos problemas identificados pela empresa LSE Laboratório de Sistemas Estruturais Ltda, responsável por emitir os laudos das obras da Copa do Mundo a pedido do Governo do Estado, na construção da trincheira Verdão/Santa Izabel, localizada na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. O empreendimento, que custará R$ 26.061.100,64 aos cofres públicos, ainda não foi finalizado e está com 91,6% dos serviços executados.

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Durante inspeção visual, a LSE Laboratório de Sistemas Estruturais Ltda identificou eflorescência nas paredes das cortinas atirantadas, próximos aos drenos. Segundo a empresa, isto indica que os furos dos drenos foram realizados posteriormente à conclusão da cortina. Além disto, ficou constatado que a armadura estava exposta e que houve segregação do concreto (separação dos componentes do concreto fresco de tal forma que sua distribuição não seja mais uniforme).


(Foto: Reprodução/LSE Laboratório de Sistemas Estruturais Ltda)
 
Em outro ponto, foi identificada uma infiltração causada pelas fissuras das paredes das cortinas atirantadas, caracterizando falha na drenagem dessa estrutura. De acordo com a LSE, “apesar de não estar explícito, o desaprumo das paredes observado nas inspeções visuais realizadas no presente trabalho, decorre das irregularidades geométricas da construção”.
 
“Além disso, os relatos de escoamento de água pelas fendas das cortinas e pelas extremidades dos tirantes mostram que isso vem ocorrendo desde a execução da obra e permanecem conforme constatado nas inspeções realizadas no presente trabalho”, diz trecho do documento.
 
Ainda foram identificados desvios geométricos de desaprumo das cortinas durante a inspeção visual e levantamento dos aspectos relevantes da trincheira a partir dos diários de obra. Porém, de acordo com a LSE Laboratório de Sistemas Estruturais Ltda, todos sem importância para a qualidade e desempenho estrutural da trincheira.
 
A empresa recomendou que fossem feitas injeções de todas as fissuras existentes na obra com resina epoxídica e manutenção da drenagem nas vias superiores da trincheira para evitar acúmulos de água pluvial e aumentar as cargas horizontais nas cortinas, por infiltração. Além da “reparação das juntas de dilatação entre o tabuleiro e o maciço, que normalmente são construídas com junta jeene, que também têm a finalidade de impedir a entrada de água no topo das vigas de concreto armado”.
 
Por fim, a empresa concluiu que “para uma vida útil de 100 anos somente pode ser garantida se houver a realização dos serviços de mitigação dos defeitos de construção, destacando-se as realização de drenagem na vizinhança das cortinas, visando minimizar o ataque nas armaduras das cortinas e nos tirantes, garantindo assim a durabilidade da estrutura”. Além de inspeções visuais periódicas, seguidas de manutenção preventiva ou substituição de partes se necessário.
 
A obra
 
A trincheira Verdão/Santa Izabel irá custar R$ 26.061.100,64 aos cofres públicos. Ela ainda não foi finalizada e está com 91,6% dos serviços executados. Até o momento, já foram pagos R$ 23.875.025,17. A Ster Engenharia (que era responsável pela obra de março de 2012 a fevereiro de 2013) recebeu R$ 6.627.490,62, enquanto que o contrato com a Métrica Engenharia (que assumiu em março de 2013) foi fixado em R$ 19.433.610,02.
 
Os seguintes serviços ainda tem de ser executados: Acabamentos; Correções de não conformidades; Medição Final; Recebimento Provisório e Definitivo. Alguns dos obstáculos enfrentados são: Desapropriações; Remoção de postes; Remoção de adutoras; Interdições de trafego.