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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Moradores de cidade na Sérvia se comunicam em 6 idiomas diferentes

“Povo caloroso, pessoal quente, que não tem frescura, trata todo mundo bem. Abraça, beija, conversa, ri alto. Eu sempre falo que os sérvios são os brasileiros da Europa”, afirma Thiago Ferreira, brasileiro, carioca, 22 anos, agente de viagens.


Globo Repórter: Então, você veio para a Sérvia por amor?
Thiago Ferreira: Exatamente!
A história de Thiago é uma história de amor moderna: ele conheceu a estudante sérvia Jelena pela internet. Se apaixonaram assim e o namoro começou: ele, no Brasil e ela em Belgrado. Thiago resolveu vir pra Sérvia para encontrar a namorada.

Globo Repórter: Jelena, você já está falando português. Você teria vontade de mudar para o Brasil?
Jelena Reljic, estudante: Talvez, seria interessante eu morar lá pelo menos um pouco para ver como é.
Thiago: Aqui já é a segunda casa para mim. Já estou muito bem adaptado, tenho amigos, que também são como irmãos para mim. Tenho ela, a família dela, que também é a minha família.

Parece que Brasil e Sérvia têm mesmo muita coisa em comum. E os brasileiros se entendem muito bem com as moças de lá. Em plena Sérvia, a equipe do Globo Repórter acabou encontrando uma família que poderia chamar de tipicamente brasileira: o Marcos, que é carioca, a Katarina, que é sérvia - mas na verdade tem um espírito totalmente brasileiro, a Lara, filha do casal que tem 8 anos, e a Chiara, que tem 11. Eles se conheceram no Rio de Janeiro, quando os dois eram estudantes de medicina e faziam especialização em cirurgia plástica com o professor Ivo Pitanguy. Se apaixonaram, se casaram no Brasil, tiveram duas filhas e decidiram viver na Sérvia.

“A qualquer hora do dia, a qualquer hora da noite. Não tem perigo nenhum. Isso eu acho que não tem preço”, diz Marcos Sforza, cirurgião plástico.

“Por causa das crianças, isso que o Marcos fala é verdade! Se a gente tem que decidir por causa delas, acho que esta parte do mundo é mais tranquila”, completa Katarina Andjelkov, cirurgiã plástica.

Mas tranquila, hoje, porque na época da guerra na antiga Iugoslávia, o país vivia um tempo de medo e insegurança. Os sérvios realmente não têm como esquecer o que aconteceu no país em 1999. Hoje em dia, os dois prédios do exército que foram bombardeados, bem no centro de Belgrado ainda estão com as marcas do bombardeio. É uma imagem que impressiona e assusta. Os escombros dos prédios estão lá até hoje para ninguém esquecer o que aconteceu, e para que os sérvios recordem o passado, para construir um futuro de paz.

“O povo sérvio é muito alegre. Gosta muito de festa, gosta muito de estar junto”, conta Marcos.
 
A união que a Sérvia tenta alcançar hoje é uma herança desenhada no mapa da velha Europa: A Iugoslávia era um só país formado por seis repúblicas, que hoje são independentes: Bósnia e Herzegovina, Croácia, Montenegro, Macedônia, Sérvia e Eslovênia.

“Eu nasci na Iugoslávia. Naquela época, todos os países ao redor eram um país só. Agora, estou morando na Sérvia. Não está melhor vivendo separado. A maioria das pessoas ainda sente saudade daquele país”, conta Katarina.

Katarina está falando da época o Marechal Tito, o homem que unificou a Iugoslávia depois da Segunda Guerra Mundial. Os sérvios construíram um memorial em homenagem a ele. Tito está sepultado em Belgrado. O marechal foi um presidente amado pelo povo, mesmo sendo um ditador. Os iugoslavos acreditavam que ele tornou o país uma nação pacífica, apesar de todas as diferenças que existiam entre as repúblicas.

Cidade na Sérvia possui seis línguas oficiais 

A antiga Iugoslávia era um caldeirão de misturas com muitas etnias, dois alfabetos e várias línguas. Até hoje, na Sérvia, as placas nas ruas mostram a variedade de idiomas.

Na cidade de Novi Sad, são faladas seis línguas oficialmente: húngaro, croata, rusyn, sérvio, eslovaco e romeno. Chaslava Radonjc é sérvia e fala todas as seis línguas. Chaslava é professora, adora viajar e por isso, vive estudando idiomas.

Globo Repórter: Você aprendeu logo a falar sérvio? É difícil a língua?
Thiago Ferreira: É muito difícil, eu não vou mentir. Eu achava que jamais eu ia conseguir aprender, mas no dia a dia, quando eu vim morar aqui em 2012, fui obrigado a aprender para me comunicar com as pessoas.
A sogra de Marcos é sérvia e passou seis meses no Brasil, cuidando das netas pequenas, antes da família se mudar de vez para lá. A dona Lela tem boas lembranças brasileiras.

Globo Repórter: Você diz que é apaixonado pela Sérvia, o que que este país tem de especial?
Thiago: Olha, o que mais me atrai, assim como eu acho que atrai todos os brasileiros que entram em contato comigo pedindo informação sobre a Sérvia, são as pessoas. A alma do país. Eles são muito tranquilos, tem uma mentalidade muito parecida com a do brasileiro.

Globo Repórter: Vocês pretendem ficar aqui pra sempre ou tem algum projeto de continuar a vida no Brasil?
Thiago: Olha, eu não sei nem o que eu vou fazer amanhã, mas eu tenho desenvolvido aqui um trabalho de turismo muito interessante, e a Sérvia precisa disso. Eu sinto que até gerou uma repercussão muito grande. Já saiu – uma coisa que eu nunca esperava - já saiu em vários jornais, televisões da Sérvia, porquechama atenção um brasileiro que veio pra cá e começou a divulgar o país, enquanto muitos sérvios querem mais é sair daqui.
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