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Terça-feira, 23 de abril de 2024

Notícias | Economia

Família está vulnerável ao ''assédio consumista'', dizem especialistas

Mãe de dois meninos, um de 6 anos e outro de 13, a professora Márcia Regina Bonfim recomenda que os pais estabeleçam limites para os filhos. “Lá em casa ninguém faz como quer, a hora que quer”, afirmou, enquanto os filhos lanchavam em um shopping de Brasília.


A mesma recomendação foi repetida por Domingos Lima de Brito, porteiro e pai de um menino de sete anos. “Se abrir tudo para a criança, ela vai tomar conta”, alertou. Tia de um garoto de 11 anos, Simone Bontempo, auxiliar de enfermagem, também orientou: “às vezes, dá para quebrar a regra, mas às vezes é preciso dizer não”.

Apesar de as famílias saberem que é preciso impor limites, a opinião de especialistas é de que o incentivo ao consumismo vai além dos poderes dos pais, tios e avós. “A família tem responsabilidade, mas também é vítima do assédio consumista”, disse a coordenadora-geral do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, Isabela Henriques. Ela lembrou que o Estado e a sociedade têm obrigação de proteger as crianças, como está estabelecido na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Código de Defesa do Consumidor.

Para o professor titular do Instituto de Psicologia, Yves de la Taille, “é um sofisma” [argumento que produz aparente verdade] atribuir à família a responsabilidade por filtrar toda a publicidade veiculada. “Como assim, cabe à família? Quando se trata da coisa pública, você não pode colocar a regulação de uma coisa pública no domínio privado”, criticou. “Se os adultos são os primeiros a se entregar ao consumo, como eles poderão, como pais, regular o consumo dos filhos?”, questionou.



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