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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Excesso de peso

Crea e Consórcio VLT alertam para risco de 'terceira pista' da Prainha desabar; entenda

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Crea e Consórcio VLT alertam para risco de 'terceira pista' da Prainha desabar;  entenda
O presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso), Juares Samaniego e os representantes do Consórcio VLT alertaram, na terça-feira (03), durante reunião da frente parlamentar em prol do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), para o risco de que a 'terceira pista', implantada praticamente no canteiro central da avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) para desafogar o trânsito, desabe por conta do intenso fluxo de veículos no local. Isso porque a laje do trecho teria sido feita apenas para suportar modais.


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"Aquilo ali foi feito com concepção para ferrovia, onde o VLT se enquadra. Então você tem uma carga, um peso que aquela parte suporta. O que fizeram foi colocar 60 cm de um material que a gente fala 'rachão compactado' e que está passando veículo em cima. O peso é muito maior do que seria com o novo modal passando, se aquilo não foi calculado e não suportar, pode acontecer de fissurar aquela laje que foi colocada sobre o córrego da prainha”, explica o presidente do Crea, que é engenheiro civil, ao Olhar Direto.
 
Samaniego pontua ainda que “de imediato eu não vejo o impacto de desabar. Mas que pode comprometer a estrutura de uma forma ou de outra, pode sim. A Prefeitura de Cuiabá teria de apresentar o projeto, se foi feito este cálculo ou não. Eu não tenho conhecimento de que eles tenham feito”.
 
O alerta foi endossado pelos representantes do Consórcio VLT, responsável pelas obras do novo modal: “A intenção do documento é fazer um alerta. Isso porque não temos esse projeto do que se pretende fazer na avenida. Tivemos apenas contato com o local e nos chamou atenção porque é uma laje de concreto e estamos colocando sobrecarga, não existe transição. Alertamos para que visitassem as memórias de cálculo, com o objetivo de saber se aquela laje suporta o peso dos veículos que por ali passarão”, comentou o gerente de contrato da empresa, Cid Andreucci.
 
“Aquela parte da avenida foi projetada para passagem do trem, não é para ter tráfego de veículos, com exceção dos cruzamentos. Como não sei qual é a camada que ali está, fizemos o alerta. Não estamos afirmando que há problema, mas pedimos para verificar, já que não tivemos contato com o projeto”, acrescenta o gerente, que finaliza: “Se as cargas projetadas excederem aquelas ao que foram, há o risco de desabamento. Não acredito, mas não sei quais são as cargas que estão sendo colocadas ali”.
 
O presidente do Crea ainda comenta que o ‘rachão compactado’, que foi colocado onde era o canteiro central, não deverá ser aproveitado nas obras do VLT: “Fizeram para arrancar depois. Isso pode acarretar em novos custos, imagine se acontecesse uma fissura naquela laje. O Consórcio teria de fazer reparos e, consequentemente, gastar mais”.

A Prefeitura de Cuiabá informou ao Olhar Direto que a obra foi somente executada pelo município, sendo que o projeto foi desenvolvido pelo Estado. Já a Secretaria de Cidades (Secid) comentou que o Executivo não mexeu com canteiro do VLT em Cuiabá. O que a pasta teria é um convênio para execução de pavimentação nas avenidas da Prainha, CPA, e Fernando Corrêa.Também foi ressaltado que para mexer neste trecho, seria necessária uma autorização da justiça, já que a obra encontra-se judicializada.
 
Cassação de registros
 
"Não há nenhuma denúncia contra os profissionais que fizeram as obras da Copa do Mundo. Caso haja, pode ocorrer a cassação do registro, mas é algo lento, que precisa de muita análise. O projeto do VLT vem da Espanha, ele nem passou por aqui. Fizemos o nosso papel, emitimos quase 200 autos de infração em relação a todas as obras da Copa. Alguns regularizaram, outros não, mas denúncia contra engenheiros não temos", garantiu Samaniego.
 
Problemas e vícios
 
"Foi feito um relatório em praticamente todas as obras da Copa do Mundo. Todas elas tinham visto construtivo. Não fizemos uma perícia técnica, pois para isso o Estado precisaria contratar uma empresa ligada a perícia. Vícios existem, são aparentes. Até um leigo consegue visualizar só de andar pelas trincheiras e viadutos. A olho nu é possível constatar que foram obras mal executadas e com vícios construtivos", disse o presidente do Crea.

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