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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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'Foi um ato de terror e ódio', diz Obama sobre ataque a boate gay

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um comunicado sobre o tiroteio que deixou 50 mortos na boate gay de Orlando na madrugada deste domingo (12). "Sabemos o suficiente para afirmar que este foi um ato de terror e de ódio", disse.


Ele disse que conversou com o prefeito de Orlando e lhe ofereceu condolências e ajuda. "Este é um dia triste para a comunidade LGBT", afirmou.

"Nenhum ato de terror pode mudar o que somos", disse o presidente. "Diante do ódio e da violência, nós vamos amar uns aos outros. Não vamos nos render ao medo e nos virarmos uns contra os outros", disse.

O ataque ocorreu por volta das 2h (3h no horário de Brasília) na boate Pulse. Quando a polícia chegou ao local, houve troca de tiros do lado de fora e o atirador voltou para dentro e fez reféns por algumas horas. Além das 50 mortes, 53 pessoas ficaram feridas.

O suspeito portava um fuzil AR-15 e uma arma de pequeno porte, além de um "dispositivo" não identificado implantado nele. Ele morreu durante a troca de tiros.

O número de mortos faz do ataque o mais fatal decorrente de tiroteio em massa na história recente dos EUA. O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32 mortos, segundo a Reuters.

Obama disse que hoje é um dia especialmente devastador para a comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênero. Ele lembrou que um ataque contra qualquer americano é um ataque contra todos, independentemente da raça, religião, etnia ou orientação sexual.

"O atirador mirou uma boate onde as pessoas vão com os amigos para dançar e cantar – para viver", disse o presidente americano. "O lugar onde foram atacados é mais que uma boate. É um espaço de solidariedade e empoderamento, onde as pessoas vão juntas para falar o que pensam e defender seus direitos civis."

Motivações não estão claras
O presidente norte-americano disse que o FBIinvestiga o tiroteio como terrorismo, mas afirmou que as motivações do atirador ainda não estão claras. A polícia procura saber se ele tinha ligação com alguma organização extremista.

A mídia americana divulgou a identidade do atirador como Omar Saddiqui Mateen, mas a polícia ainda não confirmou a informação.

Uma conta no Twitter de um grupo afiliado ao Estado Islâmico (EI) postou uma foto que seria dele, mas a organização terrorista não reivindicou oficialmente o ataque. Citando "vários oficiais da lei", a rede "NBC" diz que Mateen ligou para o telefone de emergência (911) logo antes do ataque para alegar que jurou fidelidade ao EI.

O que se sabe sobre o atirador
Segundo o senador Alan Grayson, o suspeito é americano, mas sua família é de fora do país. Uma conta no Twitter de um grupo afiliado ao Estado Islâmico postou uma foto que seria dele, afirma a Reuters.

"Tivemos uma possível identificação, mas não conseguimos dizer exatamente quem é o suspeito", afirmou o porta-voz do FBI durante entrevista coletiva.

Não houve comunicado oficial do Estado Islâmico até o momento. Não foi possível verificar se a foto é de fato de Mateen. Outras contas ligadas a militantes islâmicos extremistas também postaram fotos da mesma pessoa, e apoiadores do Estado Islâmico postaram mensagens comemorando o ataque.

O presidente da sociedade islâmica local participou de uma coletiva de imprensa junto a autoridades e disse que se tratou de uma ação individual, que não está ligada a redes terroristas. Ele elogiou o trabalho da polícia.

Segundo o jornal "Washington Post", o pai do suspeito chama-se Seddique Mateen. De origem afegã, ele apresentava um programa sobre política e apoiava o regime talibã. Ainda segundo o jornal, Seddique chegou a se declarar candidato a presidente do Afeganistão.

Em entrevista ao canal de TV NBC, o pai do suspeito descartou motivações religiosas para o ataque e apontou para homofobia. "Isto não tem nada a ver com a religião", disse, acrescentando que seu filho ficou transtornado, há mais ou menos dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a Miami. "Peço desculpas pelo incidente. Não éramos conscientes de que estivesse premeditando algum tipo de ação. Estamos em estado de choque da mesma forma que todo o país", disse.

A ex-mulher de Mateen disse ao "Washington Post" que ele era violento, mentalmente instável e batia nela constantemente enquanto eles eram casados.

Ataque a boate
Para entrar na casa noturna, a polícia realizou uma "explosão controlada" com ajuda de uma equipe da Swat (polícia especial). Ao menos um policial ficou ferido no tiroteio com o agressor, mas a ação da polícia salvou ao menos 30 vidas, segundo a prefeitura.

"Às... 5h nesta manhã, foi tomada a decisão de resgatar as vítimas mantidas reféns dentro do local. Nossos policiais trocaram tiros com o suspeito. O suspeito está morto", disse o chefe de polícia de Orlando, John Mina.

Não ficou claro quando as vítimas dentro do clube morreram, se foi antes, durante a tomada de reféns ou no confronto entre o atirador e o policial.

O Corpo de Bombeiros deslocou uma equipe de desativação de artefatos explosivos, indicou o jornal local "Orlando Sentinel".

Relatos da Pulse
"Por volta das 2h, alguém começou a atirar. As pessoas se jogaram no chão", contou um dos frequentadores, Ricardo Negron, à Sky News. A testemunha disse ter ouvido disparos contínuos por quase um minuto, embora tenha parecido muito mais. "Havia sangue por toda a parte", disse outra testemunha.

Javier Antonetti, de 53 anos, disse ao jornal "Orlando Sentinel" que estava perto da parte dos fundos da boate quando ouviu tiros. "Houve tantos (tiros), ao menos 40", disse.

Rosie Feba estava com uma amiga quando os disparos começaram. "Ela me disse que alguém estava atirando. Todo mundo se jogou no chão", contou ao jornal "Orlando Sentinel".

"Disse a ela que não acreditava, achei que fosse parte da música, até que vi fogo saindo da arma."

A boate Pulse, que se apresenta em seu site como "o bar gay mais quente de Orlando", publicou no Facebook uma última mensagem urgente: "Todos saiam da Pulse e continuem correndo".

"Assim que tivermos informações, os atualizaremos. Por favor, tenham todos em suas orações enquanto afrontamos este trágico evento. Obrigada por seus pensamentos e amor", acrescentou o clube em outra mensagem nessa rede social.

Segundo caso em Orlando
O caso ocorre um dia depois da morte da cantora Christina Grimmie, assassinada após fazer um show também em Orlando. Kevin James Loibl, de 27 anos, foi identificado como autor dos disparos. A polícia acredita que os dois casos de violência não estão relacionados.

 
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