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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Brasil

Menos pedras e mais trabalho: 65% diz que reduziu uso de crack após Braços Abertos

Sai a intervenção policial, as internações compulsórias e entram as oportunidades. Menos pedras e mais trabalho.


Um relatório divulgado nesta quarta-feira revela que 65% dos 467 beneficiários (36% de mulheres e 64% de homens) do De Braços Abertosdiminuíram o uso de crack na região da Luz, que acabou conhecida comoCracolândia.

Lançado em janeiro de 2014, o programa de redução de danos da prefeitura de São Paulo oferece um quarto de hotel, três refeições diárias e trabalho de varrição de vias para usuários de crack. São pagos R$ 15 por dia trabalhadoaos dependentes químicos do bairro.

A ideia central do programa não é exigir abstinência dos usuários, mas passar a dar alternativas - como o trabalho e o lazer - para que os usuários se ressocializem e, consequentemente, diminuam o uso de entorpecentes.

A pesquisa que foi feita durante o ano passado contou com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos da Unicamp, além da parceria entre o Open Society Foundations, baseada em Nova York, e o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM).

"É uma grande vitória dos movimentos sociais e das lutas antiproibicionistas", conta Taniele Cristina Rui, mestre e doutora em antropologia social da Unicamp, durante a apresentação do projeto.

O levantamento mostra que 95% dos participantes da iniciativa consideram positivo ou muito positivo e temem que seja encerrado em uma próxima gestão.

Perfil

Os participantes do projeto, em sua maioria, têm baixa escolaridade, já estiveram presos alguma vez ou cumpriram medida socioeducativa quando mais jovens e já passaram por algum tipo de tratamento antidrogas antes do De Braços Abertos e têm filhos. Boa parte tem sintomas de depressão e ansiedade.

Também são, em sua maioria, negros. A frequência de doenças como Aids e tuberculose é mais alta entre eles do no restante da população.

Hotéis 'péssimos' e medo

36% dos usuários de crack beneficiários do "Programa de Braços Abertos" reclamam dos hotéis oferecidos a eles. Eles consideraram “ruins ou péssimos” as hospedagens oferecidas como moradia pela gestão municipal.

Há também medo de perder o programa - por eleições ou qualquer outra medida - e também falta comunicação direta com os beneficiários. "Ninguém nunca me explicou o que é o projeto. Ninguém nunca sentou para conversar comigo", contou Taniele..

Metade dos entrevistados definiram a relação com a polícia como “péssima”. O contato negativo com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), de responsabilidade da própria Prefeitura, é o principal medo dos beneficiários do Braços Abertos.
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