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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Alunos da UnB 'testam' honestidade com venda de picolés sem atendentes

Estudantes de economia da Universidade de Brasília decidiram “testar” o grau de honestidade dos colegas e deram início a um experimento no campus Darcy Ribeiro: colocaram um freezer com picolés que custam R$ 2 e uma urna de vidro para os depósitos ao lado, sem ninguém fazendo a cobrança. O projeto começou no dia 6 de junho e termina no dia 28. Em uma único dia, a “taxa de esquecimento” em relação aos pagamentos chegou a 34,2%.


O freezer fica no Pavilhão João Calmon, perto da ala norte do Instituto Central de Ciências – maior prédio da UnB, conhecido como Minhocão. A estrutura não tem cadeado nem câmeras por perto. Os “clientes” ficam sozinhos com a própria consciência. Um cartaz explica como funciona o experimento, com o “picolé que diz a verdade sobre você”.

Ao final do dia, os estudantes que tiveram a ideia do projeto contam o dinheiro e os picolés restantes, para saber quantos foram consumidos. O grupo fica então sabendo se alguém levou o produto sem pagar. Em um dos dias do projeto, 68 de 199 picolés não foram pagos. O número foi considerado tão alto que a aluna de economia Thainá Targino julgou ter feito a conta de forma errada.

“A gente ficou surpreso com o resultado. Nós esperávamos uma ‘taxa de esquecimento’, mas não tão elevada, tão expressiva”, conta Thainá.

Nem todos os dias, porém, o calote foi tão grande. Um dos idealizadores do projeto, o estudante Gabriel Herct conta que a iniciativa ajuda a refletir. “A corrupção no país está muito grande. A nossa ideia é que outras pessoas possam reproduzir isso, e a gente possa fazer uma cultura contra corrupção."

Também idealizador do projeto, o aluno de economia Daniel Ribeiro conta que a ideia surgiu quando começaram manifestações contra corrupção pelo país. “Todo mundo culpa hoje o Congresso, porque é corrupto e não sei o quê. Mas será que as pessoas já não têm um pouco nelas?”, questionou.

Impressões

Aluno da UnB, Marcos Gabriel comentou como enxerga o resultado do experimento. “Se quer acabar com a corrupção, tem que partir de nós mesmos.”

A estudante Rafaela Freitas conta já ter flagrado gente indo embora sem deixar o dinheiro. “A gente estava aqui, a gente veio pegar, e chegaram duas pessoas e pegaram uns quatro picolés sem pagar.”

A aluna Sarah Leite completou: “A corrupção começa de baixo, começa nas pequenas coisas. Uma pessoa que não paga R$ 2 facilmente vai desviar R$ 1 milhão.”

Para o estudante João Paulo Hummel, o projeto dos picolés ajuda a refletir. “Tudo isso é uma forma de corrupção. A corrupção não está só na política, mas nas ações de todas as pessoas.”
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