Após três anos de investigação, a Polícia Federal de Mato Grosso concluiu quase a totalidade dos inquéritos sobre a Operação Sanguessuga, mais conhecida como a "máfia das ambulâncias”, deflagrada em 2006, e que culminou em 71 prefeitos indiciados dos 141 municípios do Estado. Ao todo, foram 458 pessoas indiciadas em todo o processo de investigação.
 
“Houve algumas dificuldades, mas conseguimos manter as apurações que envolveu pessoas de diversos estados, e acreditamos que cumprimos com o dever”, disse o delegado federal Paulo Repeto, durante entrevista coletiva na tarde de hoje, ao apresentar o balanço das investigações.

A quadrilha utilizava um complexo esquema para fraudar licitações publicas para compra de ambulâncias e equipamentos hospitalares. Nessa segunda fase da investigação, segundo o delegado, foi investigado mais precisamente o núcleo político que envolve senadores, deputados, prefeitos e os assessores, no que consiste a análise dos documentos apreendidos. No relatório divulgado pela PF, também foram indiciados 33 ex-parlamentares e 354 membros de comissão de licitação e assessores.

Pelos menos mil ambulâncias foram envolvidas no esquema, sendo que um levantamento feito pela Controladoria Geral da União (CGU) apontou que desse número R$ 110 milhões foram movimentados resultando em 15 milhões de prejuízos aos cofres públicos, em 2008.

Em sua primeira fase, a “Operação Sanguessuga” resultou na prisão do núcleo empresarial e dos agentes públicos vinculados ao Ministério da Saúde envolvidos com o esquema criminoso. Segundo as investigações da PF, a empresa Planam, superfaturava o preço das ambulâncias em até 110%. Além disso, a empresa entregava muitas vezes veículos com defeitos ou sem todos os equipamentos