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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Vídeos mostram jovem com assessor de Feliciano em hotel no Centro de SP

Vídeos de segurança de um hotel mudaram a investigação envolvendo uma jornalista e o chefe de gabinete do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP). Segundo a Polícia Civil, as imagens derrubam a versão de Patrícia Lelis de que foi feita refém por Talma Bauer, assessor do parlamentar, entre o fim de julho e o começo deste mês (assista a algumas imagens do circuito interno acima).


Em Brasília, Lélis acusa Feliciano de tentar estuprá-la e, depois, de tentar comprar seu silêncio.

Em São Paulo, a acusação era a de que Bauer ameaçou a jovem de 22 anos e a manteve em cárcere privado em um quarto do Hotel San Rafael, no Largo do Arouche, no Centro de São Paulo, para obrigá-la a recuar na denúncia de estupro que fez contra o deputado, supostamente ocorrida em 15 de junho.

Por ter foro privilegiado, a polícia paulista não investiga Feliciano. Com isso, a veracidade ou não das acusações de assédio não foi e nem será questionada pelos policiais de São Paulo, que apuram apenas as ameaças e o cárcere privado relatadas pela jornalista na capital paulista.Patrícia também esteve nesta semana no Senado para falar sobre a acusação de abuso sexual. O deputado nega as acusações.

O G1 não localizou a jornalista ou a defesa dela para comentar a mudança nas investigações com os vídeos encontrados pela polícia no hotel onde ela ficou hospedada em São Paulo.

O primeiro vídeo, registrado no fim da tarde de 30 de julho, mostra Bauer, o assessor de Feliciano, e a jovem no lobby do hotel. Eles se abraçam na recepção. Nas outras imagens, feitas em 4 de agosto, a jornalista aparece abraçada a um amigo no sofá na área comum do estabelecimento. Ao lado deles está o assessor de Feliciano falando ao celular.

Com base nesses vídeos e em áudios entregues à polícia, o delegado Luís Roberto Hellmeister disse na quarta-feira (10) que vai investigar se a jornalista cometeu falsa comunicação de crime e extorsão. Na sexta (5), Patrícia foi a uma delegacia no Centro de São Paulo e registrou boletim de ocorrência contra Bauer. Na segunda-feira (8), o delegado já havia descartado a hipótese de que a jornalista havia sido mantida refém no hotel com base nas imagens.

Após analisar as imagens e áudios sobre o caso, o delegado passou a duvidar também da conduta da jornalista. "Ela passa a ser investigada. Ela mentiu para burro aqui", afirmou.

Segundo o policial, antes do encontro no hotel onde supostamente foi vítima de Bauer, Patrícia foi ao shopping fazer maquiagem e compras e foi para a Avenida Paulista passear com o namorado. Ele também recebeu fotos da jornalista em uma churrascaria com Bauer, aparentemente conversando com o chefe de gabinete de Feliciano.

Liberado
Bauer foi detido na sexta-feira (5) e liberado horas depois. Ao sair da delegacia, em entrevista à TV Globo, o assessor disse que tinha ido prestar esclarecimentos "sobre uma menina que veio fazer uma falsa comunicação de fatos". "Isso me parece que é uma perseguição política. As esquerdas estão aí, querendo derrubar todo mundo, mas nós estamos firmes, com Jesus venceremos", disse Bauer.

Em depoimento à Polícia Civil, Patrícia disse que durante a semana que permaneceu no hotel em São Paulo, Talma Bauer foi a seu encontro algumas vezes e, com uma arma na cintura, teria dito que se ela não voltasse atrás nas denúncias sobre o deputado Feliciano, poderia ocorrer um "mal maior" com ela.

Após a denúncia feita pela jornalista, o delegado Luiz Roberto Hellmeister chegou a dizer que iria pedir a prisão de Talma por sequestro, coação e ameaça (assista abaixo ao vídeo com entrevista do delegado).

Por volta das 23h30 da sexta, um investigador da polícia encontrou o amigo de Patrícia, que estava no hotel onde teria acontecido a ameaça. O rapaz foi levado para a delegacia e contou outra história para o delegado: Patrícia, segundo ele, recebeu R$ 20 mil para gravar um vídeo na internet desmentindo que Feliciano teria tentado estuprá-la.

Hellmeister apreendeu um tablet dessa nova testemunha, com um vídeo que o amigo fez das negociações para a gravação do vídeo. Tanto Bauer quanto Patrícia negaram o envolvimento com o dinheiro.

Diante dessa testemunha e do vídeo, o delegado achou que a ameaça de morte não estava configurada e liberou Bauer. "Eu fiquei espontaneamente até agora para poder ser ouvido sem pressa. Não estive preso, não tem crime nenhum", disse o assessor.

No mesmo boletim, Patrícia registrou que Feliciano tentou estuprá-la no apartamento funcional dele em Brasília, em junho, e que foi agredida com um soco na boca e um chute na perna.

No sábado, Feliciano publicou na internet um vídeo em que diz que a militante do PSC fez falsa comunicação sobre o assédio. Ele acrescentou que perdoa Patrícia Lélis.

Denúncias contra Feliciano
As denúncias da jovem vieram à tona no dia 2 de agosto após serem publicadas pela coluna Esplanada, do UOL. No dia 3, circularam na internet áudios em que a jovem diz que foi abusada sexualmente pelo deputado Marco Feliciano.

No áudio, ela conversa com um Bauer e relata o assédio sexual que teria sofrido nas mãos do parlamentar.

 "Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que ‘tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo. Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: 'Feliciano, a minha boca ficou roxa'. Ele ri e diz: 'Passa um batom por cima'. Eu tenho todas essas provas." Bauer "botar uma pedra em cima" das denúncias contra Feliciano.

Depois, a jovem gravou dois vídeos, publicados na internet, em que desmente ter feito qualquer tipo de acusação contra Feliciano. "A todos esses jornalistas que me ameaçaram dizendo que eu tinha que contar a verdade, tô aqui falando a verdade. A verdade é que vocês estão mentindo, tá em época de eleição... O pastor Marco Feliciano é uma pessoa íntegra com a qual eu tenho um contato muito bom, sempre muito bom respeitoso, muito amigável. Então, não propaguem mentiras", diz Lélis em um dos vídeos publicados.

 
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