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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Popov ignora falta de medalhas do Brasil na natação: "Problema de vocês"

Dono de quatro ouros olímpicos e seis vezes campeão mundial, Alexander Popov não é exatamente o que se pode chamar de um fã da natação brasileira. Amigo de Gustavo Borges, o russo não costuma poupar críticas a outros nadadores do país. Foi assim com Cesar Cielo, primeiro na investigação no caso de doping, depois na saída repentina do Mundial de Kazan, no ano passado. Na Olimpíada do Rio, ele não pareceu muito preocupado com o fato de o Brasil não ter conquistado nenhuma medalha na piscina do Estádio Aquático - o único bronze, de Poliana Okimoto, veio em mar aberto, na maratona. Para ele, o jejum de pódio não é surpresa.


- Sabe de uma coisa? Deveria ser uma surpresa para as pessoas responsáveis no Brasil. Para nós, espectadores, quando os atletas vêm ao Rio, eles vêm para desempenhar bem, para vencer, para fazer o melhor deles. Nós só observamos quem vence. O resto? Não é da nossa conta. Isso é um problema de vocês, que devem fazer seu dever de casa. Para nós? Nós aproveitamos tanto a competição. Sendo brasileiro, japonês ou americano, não ligamos, só queremos ver boas performances - afirmou o ex-nadador, em entrevista como embaixador Omega na casa montada pelo patrocinador na Zona Sul do Rio.Integrante do Comitê Olímpico Internacional, Popov conversou com pequenos grupos de jornalistas nesta semana. Ao ser perguntado pelo GloboEsporte.com sobre o escândalo de doping da Rússia, pediu para responder com apenas uma frase:

- É uma questão maior que o preto no branco.

Mas voltou a alfinetar Cielo, que não se classificou para a Olimpíada do Rio.

- Provavelmente foi uma grande decepção para o Brasil o fato de Cielo não se classificar. Para o mundo da natação? Tivemos Joseph Schooling (de Cingapura, que venceu Phelps nos 100m borboleta), Anthony Ervin (que recuperou o ouro dos 50m livre aos 35 anos). Então aquele lugar nunca vai estar vazio. Já foi ocupado por outros. Se você não aproveita a oportunidade, está fora. Simples. Isso é esporte, é a realidade, você precisa aceitar - comentou.

Sobre o americano Ervin, Popov era só elogios. Ele ganhou o ouro nos 50m livre em Sydney 2000, mas depois abandonou a carreira por oito anos, se envolveu com drogas e chegou a leiloar a medalha. No Rio, aos 35, renasceu para as braçadas.

- A vitória dele mostra mais uma vez que os mais jovens ainda têm que voltar para fazer algum dever de casa. A experiência vence, a cabeça fria vence qualquer coisa.

O ex-nadador também comentou as grandes performances e os recordes quebrados na piscina do Estádio Aquático, como as atuações da americana Katie Ledecky, que saiu da competição com quatro ouros e uma prata. Para ilustrar a evolução da natação, ele se voltou para os próprios jornalistas:

- Eu vejo que você está gravando essa entrevista com um smartphone, e não com um gravador de fita. Isso é evolução. No esporte, como parte da sociedade, você também busca o progresso. O progresso no esporte é o resultado. Quando a era dos supermaiôs terminou, foi preciso esperar sete anos para que os recordes mundiais voltassem a ser quebrados. Tudo leva tempo, mas é um processo natural na vida. Talvez daqui a sete anos o seu smartphone seja do tamanho de uma caixa de fósforos - comparou.
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