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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Estudantes da UFMT criam curso intensivo para preparar alunos de escolas públicas para o Enem

Foto: Reprodução

O grupo, formado por 20 universitários, tem preparado alunos de escolas públicas para a prova do Enem deste ano

O grupo, formado por 20 universitários, tem preparado alunos de escolas públicas para a prova do Enem deste ano

A estudante do 4ª semestre do curso de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Laís Alves, classifica como “devaneio” a ideia de criar um curso intensivo totalmente gratuito para preparar alunos de escolas públicas das periferias de Cuiabá e Várzea Grande que irão prestar vestibular ainda este ano.  O intensivão que começou no dia 15 deste mês é uma realização da estudante e de mais 20 graduandos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)


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Segundo o dicionário Aurélio, no entanto, a palavra devaneio significa “produto de fantasia, de utopia, sonho...”. Laís - que sempre frequentou escola pública e viveu na pele a experiência de estudar para o Enem mesmo sem condições financeiras para custear cursinhos - agora ajuda os colegas a enfrentar os mesmos problemas que enfrentou. Para ela, assim como para os mais de 60 alunos que frequentam as aulas do preparatório, passar para a faculdade sempre foi um “sonho”.

“A ideia surgiu de um devaneio meu mesmo. Porque eu sempre estudei em escola pública e sei das dificuldades que os alunos encontram no meio do caminho. E quando eu tive de fazer vestibular era muito caro e eu comecei a freqüentar as aulas do CuiabaVest, mas hoje o CuiabaVest foi extinto. Eu passei na federal e a minha situação ficou resolvida, mas a das outras pessoas não”, conta a universitária.

O curso, que tinha previsão para começar no dia 8 deste mês, teve início no sábado seguinte (15) e tem abordado, em quatro sábados consecutivos, as cinco competências previstas na prova do Enem. Para dar conta do trabalho mais de 20 estudantes universitários dos cursos de Química, Física, Matemática, Direito e Comunicação Social dão aula de maneira voluntária e ajudam os vestibulandos a vencerem os desafios de aprendizagem.

Segundo Laís, o “intensivão” priorizou escolas do subúrbio de Cuiabá e Várzea Grande. Para atrair ainda mais participantes, aluguns universitários que estudaram nas escolas escolhidas iam até o local e convocavam quem estivesse interessado a participar do curso. A ideia, segundo a estudante, seria convencer os alunos com o famoso “se ele pode, eu também posso”. A tática funcionou. No primeiro encontro cerca de 70 alunos estiveram presentes.   

“Quando nós selecionamos as escolas para fazer esse convite nós pensamos justamente na valorização dos alunos. Porque a maioria das vezes esses alunos são desacreditados, eles fazem a prova por fazer. A gente queria mandar para fazer esse convite ex-alunos dessas escolas para que eles pensassem: ‘fulano estudava aqui e conseguiu, porque que eu não posso conseguir?’”, explica Laíse.

Percalços de um trabalho voluntário

As aulas ocorrem no campus da UFMT. De acordo com a idealizadora, a princípio a ideia era oferecer alimentação e transporte aos jovens para facilitar a chegada até o campus. No entanto, a burocracia da própria universidade impediu que os vestibulandos tivessem alimentação garantida no Restaurante Universitário (RU), que é aberto aos estudantes do Campus. 

A solução foi pedir que os alunos trouxessem o lanche de casa. Em um micro-ondas os alunos esquentam suas comidas e se abastecem para mais um sábado de estudos. Apesar de funcionar dentro da UFMT, o curso é extremamente colaborativo e com quase nenhum vínculo com a instituição.A ideia, explica Laíse, surgiu de estudante para estudante e deve permanecer assim também no próximo ano. 

Em 2017, os 20 integrantes do grupo planejam abrir um curso mais elaborado, com início em junho e duração até a data da prova. O objetivo é trocar o “intensivão” por uma rotina de estudos que permita ao estudante de escola pública competir de igual para igual com os alunos de escolas particulares. Para se ter uma ideia mínima dessa disparidade basta ver os números das escolas públicas no Enem do ano passado: 91% delas ficaram abaixo da média na prova, segundo dados do Ministério da Educação.

As inscrições para o curso já se encerraram. A falta de espaço e a proximidade da data da prova colaboraram para que os universitários não conseguissem receber mais alunos. Apesar disso, durante o período de inscrição, um formulário on-line permitiu que alunos de outras escolas também pudessem participar do curso. 
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