As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que vinham sendo tocadas pelas empresas do Consórcio Cuiabano em Cuiabá e em Várzea Grande devem ser paralisadas em decorrência da prisão de empresários durante a Operação Pacenas, da Polícia Federal, desencadeada na segunda-feira, e por conta da decisão da Justiça Federal em determinar que a União deposite em juízo, em contas que serão abertas na Caixa Econômica Federal (CEF), os recursos federais que seriam para as empreiteiras.

De acordo com fontes ligadas às empresas, sem os recursos federais, a paralisação é inevitável. O Consórcio Cuiabano vinha realizando obras nos lotes 1, 3 e 5 em Cuiabá e três lotes do município de Várzea Grande, sendo de água e esgoto nos valores de R$ 30 milhões e R$ 17 milhões (Três Irmãos/Gemini), urbanização (lote 3) no valor de R$ 22 milhões, empresa Lumen. O último iria beneficiar os moradores do bairro Alto da Boa Vista e conforme o diretor-geral do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Jefferson Missias, a população estava aguardando o asfalto há 30 anos.

As empresas vinham tocando obras com recursos próprias e estavam há mais de seis meses sem receber as verbas federais por conta das irregularidades detectadas pela Controladoria Geral da União (CGU), inclusive sobrepreço. Os recursos da União começaram a ser liberados há pouco mais de duas semanas.

Para o Olhar Direto, o juiz Julier Sebastião da Silva, autor da sentença que resultou na prisão de empresários e servidores públicos de Cuiabá e Várzea Grande, explicou que a decisão em determinar que a União faça os depósitos em um conta judicial visa resguardar o erário diante das flagrantes irregularidades apontadas pela investigação da PF. Segundo o inquérito federal, os empresários do Consórcio Cuiabano se articularam para fraudar os processos licitatórios e teriam contado com respaldo de servidores municipais graduados.