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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Bezerra lembra 100 anos da morte de Euclides da Cunha

Neste sábado, 15 de agosto, faz 100 anos que morreu um dos maiores gênios da literatura brasileira – Euclides da Cunha, autor da obra-prima Os Sertões. O deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), em pronunciamento na Câmara, lembrou a data ressaltando a “integridade intelectual” do autor.


“Quando partiu para Canudos, como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, Euclides partilhava os mesmos preconceitos existentes à época sobre o movimento dos sertanejos. Ao chegar lá, foi capaz de mudar de opinião e ver nos homens do interior o embrião de vigorosa nacionalidade, e não apenas o sinal do atraso e do desprezível”, disse Bezerra.

Conforme o deputado, antes de conhecer Canudos, os artigos de Euclides atacavam a motivação pró-monarquista de Antonio Conselheiro e seus seguidores. Numa das primeiras matérias enviadas para o jornal, no entanto, ele já escrevia: “Ao chegar aqui, e assaltado logo por impressões novas e variadas, perturbadoras de um juízo seguro, acredito, às vezes, que avaliei imperfeitamente a situação”.

Esta mesma integridade, conforme Bezerra, também marcou as convicções políticas do escritor. “Embora tenha lutado intensamente pela República, não se absteve de fazer críticas ao novo regime quando constatou que foram poucas as mudanças realizadas pelos republicanos que assumiram o governo após a queda da monarquia. Ele esperava uma revolução que não aconteceu e disse isso claramente em artigos e discursos feitos à época”, lembrou Bezerra.

O deputado destaca que, o que se lê em Os Sertões é a tentativa de compreender um povo, uma nação, ou mesmo a própria natureza humana. “Não é por outra razão que a obra desperta enorme interesse até hoje, aqui e no exterior”.

Bezerra cita a crítica Walnice Nogueira Galvão: “O papel de Euclides da Cunha na construção da memória da Guerra de Canudos é fundador. Seu livro, Os Sertões, fez por uma insurreição popular o que nenhum outro foi capaz de fazer, no País: alçou-a a tragédia paradigmática, mediante o louvor à coragem do vencido”.

Engenheiro civil, bacharel em matemática, ciências físicas e naturais, Euclides da Cunha foi um mestre da língua. Na esteira do grande êxito editorial e de crítica de Os Sertões, Euclides da Cunha foi eleito, em 1903, para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e para a Academia Brasileira de Letras, fundada no ano do término da Guerra de Canudos. Com a morte de Machado de Assis, ocupou a presidência da instituição, até a posse de Rui Barbosa.

Outras obras do autor: “À Margem da História”, sobre a Amazônia. Editou ainda “Contrastes e Confrontos”, abordando problemas político-sociais de âmbito nacional e internacional. “Peru versus Bolívia”, sobre um litígio entre os dois países. “Castro Alves e seu tempo”, realizada em 1907, nos relatórios que redigiu e nos dois prefácios que elaborou, para os livros “Inferno Verde”, de Alberto Rangel, e “Poemas e Canções” de Vicente de Carvalho.
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