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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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POLÍTICA COM TEMPERO

Uma semana inesquecível !

semana que passou não foi das melhores. A gastronomia política mato-grossense desandou de vez, e os temperos, cujos odores vêm de Brasília, misturam-se aos de Cuiabá fazendo uma grande lambança. Na cabeça do cidadão comum fica, de cara, o pré-julgamento de que todos são culpados. Sem apelação. O próprio prefeito Wilson Santos, isentado pela Polícia Federal, de que não havia nenhum indício contra ele, passou a semana toda se explicando como se culpado também fosse. Uma possível candidatura sua ao Paiaguás em 2010, já foi, na boca e comentários de alguns, definitivamente enterrada. Parece coisa armada.


O procurador da república que atua no caso, em declaração feita a um programa de TV, informou que tinha um deputado federal envolvido. Ou seja, irresponsavelmente, jogou todos na lama. De repente, todos os oitos parlamentares estão sob suspeição. Pode? Desse, então, o nome ao boi.

A semana foi tão rica em desatinos que o juiz federal que deflagrou a ‘’Operação Pacenas’’ acha que o cargo que desempenha dá-lhe poderes ilimitados sobre a vida de pessoas e instituições. E numa decisão longe da lógica e do bom senso, afastou o presidente da subsecção da OAB de Mato Grosso, algo mais para birra de menino, do que de caráter jurídico fundamentado, porque o presidente escrevera um artigo desejando que ele fosse desempenhar suas funções em outras plagas. Vai ter troco. Não acredito que o CNJ ratifique uma decisão desse calibre.

Mesmo com toda a turbulência, o moinho político não parou de rodar. Novos atos secretos foram descobertos, Sarney fez uma defesa sobre as acusações que pairam sobre a sua cabeça mais para Madre Tereza de Calcutá do que sobre o que fora descoberto. Quando parecia já estar no cadafalso, e o horizonte anunciava nuvens negras numa briga no Conselho de Ética, tudo terminou num grande acordo, com o presidente, senador Paulo Duque, indicado pelo cangaceiro de quinta categoria, Renan Calheiros, arquivou todos os processos contra Sarney e um contra Arthur Virgílio, parceiro do coronel de merda, Tasso Jereissati, na réplica do já famoso diálogo travado no plenário do senado entre Tasso e Renan.

Mas como em Brasília tudo é possível, é possível também que PT e PMDB, apesar do esforço do presidente Lula, não cheguem a um acordo e a briga no Conselho de Ética tome novos odores.

Marina Silva despede-se do PT e da sua história na construção do partido, para tentar ser um contraponto à candidatura de Dilma Roussef, pelo PV. Começou mal: pesquisa do Data Folha de domingo continua com Serra disparado com 37%, Dilma estagnada com 16% e Ciro com 15%. Marina aparece com insignificantes 3%. Isso sem contar que dificilmente o PT aceitará a sua saída sem uma punição adequada. Quem lhe poderia dar um pouco de oxigênio seria uma aliança com Heloisa Helena, do PSOL, que aparece nesta pesquisa com 12%.

Outro fato surpreendente da semana foi a decisão do senador Jayme Campos tirar licença de 121 dias. Cortês, chamou seu 1º. Suplente, Luiz Antonio Pagot, informando-o do fato e abrindo-lhe a oportunidade para assumir a vaga. A surpresa: Pagot agradeceu o gesto e informou que continuará à frente do DNIT, onde tem uma missão que lhe foi delegada pelo presidente Lula, por indicação do governador do estado. E aí, o inacreditável: Osvaldo Sobrinho que já passou por quase todos os cargos de importância vê cair no seu colo uma vaga de senador. Que pode ser por 121 dias ou isso e mais quatro anos se Jayme resolver, pela candidatura ao governo do estado, e conseguir eleger-se governador. A minha alegria: de ter sido eu, como presidente do PTB-MT, à época, tê-lo indicado à vaga de 2º. Suplente que cabia ao partido, na coligação que reelegeu o atual governador.

Acho que não existe na história do Senado caso semelhante: um primeiro suplente que renuncie à vaga sem assumir. Coisas que talvez apenas os grandes chefs possam elucubrar nas noites das escolhas dos temperos mais exóticos que comporão os cardápios mais secretos.

Vale dizer que essa saída de Jayme é altamente estratégica. A botina, símbolo da aliança do DEM com o PR, já furou e o solado não parece ter conserto e nem capaz de ser trocado. Se Wilson não conseguir romper as dificuldades da paralisação das obras do PAC em Cuiabá, poderá ter dificuldades enormes em sua candidatura, e Jayme é o único nome capaz de amalgamar a oposição, dando-lhe estrutura, vontade de disputar e compor uma chapa respeitável para as eleições majoritárias e proporcionais, apesar da rejeição que hoje mostram as pesquisas.

E não seria apenas um tratamento dentário da melhor qualidade, coisa que o senado oferece a seus membros que o tiraria de Brasília. Isso é política mesmo. É busca de espaço e pode se transformar em algo que muitos buscam e poucos conseguem atingir.

E Mato Grosso? Disse aqui, há algumas semanas atrás que Riva poderia se tornar o candidato a governo. E tudo, naquele momento, indicava isso. Acho, hoje, passado, pouco mais de um mês que o cavalo encilhado para o governo me parece ter passado, mas mantenho a história de que a candidatura dele ao senado é conversa fiada. Será novamente o deputado estadual mais votado do Brasil, proporcionalmente, é claro, e continuará comandando não só a Assembléia Legislativa, mas também sendo o grande general político do estado. Talvez até com mais uma estrela no ombro.

Riva só será senador da república quando entender chegada a hora da aposentaria política, do repouso do guerreiro. Fora disso jamais abrirá mão do poder que detém, embora o desgaste físico que isso lhe cause seja algo que poucas pessoas compreenderiam e somente ele seja capaz de enfrentar.

Pelos lados do PR, muita movimentação e pouca decisão: Wellington tenta se firmar na presidência do partido, aparando as arestas internas que possam consolidar sua candidatura ao senado. O governador insiste com Silval e a 1ª. Dama insiste com Mauro Mendes num coral de que fazem parte Pagot, Maurição, Zeno Gonçalves e outros líderes do partido, ou seja: tudo pode mudar. Em 2010 tudo poderá ser diferente, o que em política é muito natural.

O que me deixa intrigado nessas movimentações todas é o ‘’silêncio’’ do PT. Ninguém sabe se a aliança com o governador está mantida, se Abicalil vai encarar Serys na indicação da vaga ao Senado, que para ela é sua por direito. Os líderes do partido mantém a máxima de que na muda passarinho não canta. Antes calar do que desafinar no tom

E o PMDB? reúne suas lideranças pra discutir candidaturas regionais, enquanto seu comandante avalia qual será a melhor negociação a ser feita com o chefe do executivo, a que melhor poderá beneficiá-lo. Se chegarem a esse acordo, aí, sim, Silval passa a ser o candidato ao governo numa grande coligação. Com Bezerra de corpo e alma na campanha.

Enquanto isso, Wilson Santos tenta uma operação de emergência para que as obras do PAC não sejam paralisadas e ele possa continuar sonhando com a cadeira do Paiaguás.

Depois de uma semana destas, é como diz meu amigo Otávio Lacerda, o seu Tatá: nem tudo é mel na vida das abelhas.
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