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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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MT registra dois casos de sarampo após 19 anos de erradicação e um de febre amarela

Foto: Reprodução / Ilustração

MT registra dois casos de sarampo após 19 anos de erradicação e um de febre amarela
Após dezenove anos sem nenhum caso de sarampo registrado em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou dois casos da doença no município de Guarantã do Norte, extremo norte de Mato Grosso, na divisa com o Pará. Os casos foram registrados em uma mulher de 30 anos e um homem de 31. Além disso, também foi registrado em Primavera do Leste um caso de febre amarela em um classificador de grãos.


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O último caso de sarampo registrado em Mato Grosso foi em 1999. Agora, a Vigilância Epidemiológica Estadual, por meio da coordenadora Alessandra Moraes, investiga se essas pessoas contraíram o vírus em Mato Grosso ou em estados vizinhos, como Amazonas e Roraima, que já registraram centenas de casos de sarampo nos últimos anos.

Também foi realizado um bloqueio vacinal no município, e alerta para que se intensifique a vacinação da tríplice viral. O mesmo alerta foi enviado para os 16 Escritórios Regionais de Saúde (ERS) do estado. “O município já começou o bloqueio e a orientação é para que os moradores que não estão com o cartão de vacina atualizado procurem a unidade de saúde mais próxima”, aconselhou a coordenadora. 

De acordo com a assessoria, também serão emitidos alertas aos viajantes e está programando uma web aula de Vigilância, Imunização e Laboratório para os profissionais da rede SUS.

“Alertamos aos viajantes, turistas, estudantes, migrantes, quando há intensificação de viagens internacionais para os países e mesmo em deslocamento nacional para os estados com surtos quanto a esta situação, com maior risco de exposição”, diz o documento emitido na tarde desta segunda-feira (25).

No caso da febre amarela, a Vigilância em Saúde de Rondonópolis, com apoio do Escritório Regional de Saúde (ERS), desencadeou as ações de prevenção e controle da doença começando por reunião estratégica emergencial entre as duas equipes, seguida de investigação do caso positivo e do local da possível infecção.

Foi realizada, ainda, a investigação de possíveis macacos infectados na região, a busca ativa de pacientes com possíveis sintomas da febre amarela nas unidades de saúde do município e bloqueio vacinal da população sem registro de vacina. As informações são da nota técnica assinada pela Gerência de Doenças e Agravos Endêmicos e Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica.

O caso continua sob investigação, porque durante entrevista o paciente relatou que no período que antecedeu o surgimento dos sintomas da doença ele havia percorrido várias áreas rurais dos municípios de Primavera do Leste, Itiquira, Campo Verde e Alto Taquari.

Diante deste relato, a equipe do ERS de Rondonópolis precisou estender as ações para os demais municípios realizando reunião ampliada para a elaboração do plano de enfrentamento. Os quatro já elaboraram seus respectivos planos e em todos há previsão da realização de um Dia D para repasse de informações à população e imunização daqueles que ainda não foram vacinados.

A SES solicitou ao Programa Nacional de Imunização (PNI) doses suficientes de vacina para estes quatro municípios. Mato Grosso é área endêmica para a doença e no período de 2010 a 2017 foram notificados 44 casos suspeitos e nenhum destes confirmados. O último caso confirmado no estado foi em 2009, no município de Feliz Natal.

Sarampo

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, podendo evoluir com complicações graves e óbitos. A doença é transmitida por meio das secreções expelidas pelo doente ao falar, tossir e espirrar. A vacina tríplice viral é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba. 

A região das Américas depois de um processo de verificação de uma série de documentos com embasamentos epidemiológicos em abril de 2015 recebeu a Certificação de Eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e em setembro de 2016 houve a Certificação da Eliminação do Sarampo. 

No entanto, em outras regiões como a África, Ásia, Europa, é crescente o número de casos de sarampo que estão sendo registrados em diferentes países que ainda não conseguiram a eliminação, e que representam risco constante para importação da doença para países onde a eliminação do sarampo foi estabelecida. 

Recomendações

De acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI), para prevenção, recomenda-se que os viajantes tenham suas vacinas atualizadas antes de viajar (preferencialmente com antecedência de 15 dias). 

A vacina tríplice viral é recomendada inclusive para crianças de seis meses a um ano. A dose administrada nesta faixa etária, menor de 1 ano, não será considerada válida para o Calendário Nacional e Estadual de vacinação, devendo ser agendada a administração de dose da Tríplice viral (SRC) para os 12 meses e da Tetraviral (SRCV - sarampo, rubéola, caxumba e varicela) para os 15 meses de vida. 

A SES/MT reforça que se consideram vacinadas até 29 anos de idade pessoas com duas doses completas. Com 30 anos ou mais uma dose, considera-se completamente vacinado. Toda dose informada deve ser comprovada através dos registros no cartão de vacinação ou cartão espelho. A vacina Tríplice Viral-SRC não é recomendada para as crianças menores de 6 meses, gestantes e indivíduos que apresentem contraindicações médicas. 

Ao lado disso, a SES/MT observa ser importante reforçar a vacinação de profissionais que atuem no setor de turismo, motoristas de táxi, funcionários de hotéis e restaurantes, e outros que mantenham contato com viajantes, imigrantes, bem como os profissionais de saúde. 

Todo caso de sarampo deve ter assistência e tratamento adequado com isolamento domiciliar e ou hospitalar em casos com complicações até o final do período de transmissibilidade.

A febre amarela

De acordo com o Ministério da Saúde, a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer. Em caso de sintomas, procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

Prevenção

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.

A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com recomendação de vacinação nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada a população do Espírito Santo.
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