O candidato ao Senado Nilson Leitão (PSDB) afirmou que "fez sua parte" em discurso na convenção do PSDB, realizada no domingo (5), e minimizou a fala da colega e chapa Selma Arruda (PSL), que o citou, mas não pediu voto para ele na ocasião. 

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Questionado pela reportagem do Olhar Direto sobre a o discurso da juíza aposentada, Leitão afirmou que “vamos colocar que isto é inexperiência. Meu pai me ensinou a fazer minha parte. Eu vou fazê-la”.

Selma se referiu ao tucano logo no começo de sua fala. “Quero agradecer ao meu companheiro de chapa, deputado Nilson Leitão, que é uma grande liderança nesse Estado. O deputado Nilson Leitão é o legítimo representante do agronegócio. O deputado é o presidente da comissão da Câmara do agro, lá na Câmara, e isso me orgulha muito, estamos com o agro muito bem representado”, afirmou Selma, quando se referiu ao colega de chapa.
 
Leitão ainda comentou sobre a escolha de seus suplentes, todos do PSDB, que acabaram formando uma chapa pura. Sobre a primeira suplência, que ficou com o ex-secretário Luis Carlos Nigro, ele afirmou que precisava de alguém que fosse da baixada cuiabana, tradicional e jovem.
 
“Esse é o perfil que escolhi desde o começo, acabou fechando em cima do Nigro, que por coincidência é primo do Dante de Oliveira e do mesmo partido. Por uma questão de organizar o fundo partidário, já que não estou trabalhando com muita doação e vou ir dentro do limite, que é meu teto de R$ 3 milhões, o PSDB nacional está quase que exigindo trazer uma mulher do PSDB para a chapa. Com alegria, escolhi a vice-prefeita de Água Boa, Rejane Garcia e ficou a chapa pura. Esta chapa foi endossada pela maioria dos partidos que abriram mão, assim como fiz em 2014”, comentou o candidato.
 
Sobre a escolha do postulante à vice-governadoria, Leitão disse que não se envolveu nas discussões: “Cheguei da convenção nacional e estava praticamente escolhido pelo setor produtivo. Os setores da agricultura que debateram e apontaram o nome do Rui [Prado]. Tentou-se outros nomes também para mantê-lo como deputado, mas no fim, esse foi o melhor caminho”.
 
Quando a chapa foi lançada, no fim de julho, durante os discursos, acabaram escapando alfinetadas entre Selma e Leitão. O tucano apresentou sua longa trajetória política (vereador, prefeito, deputado estadual e federal) que o credenciou a querer disputar a senatória, deixando implícito o contraste com o perfil neófito da colega de palanque, que acaba de deixar a toga.
 
A juíza aposentada, por sua vez, disse que mereceu, em passado recente, levar um “puxão de orelha” de Leitão, por ter entrado na política com muitas restrições para alianças e comparou uma coligação a uma família: “sempre tem alguém que fez coisa errada”.
 
Nos últimos dias, uma crise na pré-campanha foi instalada após uma declaração da juíza aposentada alertando seus eleitores que não haveria necessidade de votar na chapa toda, ou seja, em Leitão e Taques. O deputado federal aproveitou seu discurso na convenção para mandar um recado para Selma. Ele disse que os dois são diferentes, com histórias distintas, mas pregou lealdade na campanha.
 
“A Selma nasce de um desejo da sociedade, eu acredito que é bom você fazer amizade, você terá a minha lealdade, assim eu cheguei onde eu cheguei. Não sou rico, não tenho propriedade rural, minha riqueza são meus valores. Não perdi amigo na estrada e não vou perder daqui pra frente. O que você defende eu defendo”.