Eleito em 2014 com mais de 35 mil votos, o deputado estadual Zeca Viana (PDT) perdeu a cadeira que ocupa atualmente na Assembleia Legislativa de Mato Grosso com uma votação duas vezes menor do que a registrada nas últimas eleições. A derrota nas urnas, no último dia 7, segundo afirmou o deputado, significou uma “vitória” no campo pessoal. Conforme Zeca, o fim de seu mandato irá marcar também o fechamento de sua carreira política.
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“De certa forma eu me sinto aliviado. Agora vou voltar a cuidar das minhas coisas, vou ter meu tempo para ir pescar, já estou comprando uma pousada na beira do Araguaia e quero ficar uma boa parte do meu tempo por lá. Eu acho que essa derrota vai ser uma grande vitória, porque eu vou poder viver um pouco mais tranquilo. Entendo que tudo na vida tem início e tem fim. Para a minha carreira política isso foi um basta, eu não penso em voltar”, declarou o deputado, que permanece na presidência do PDT até outubro de 2019.
Zeca afirmou que não irá abandonar o comando de seu partido antes do término de seu mandato de presidente, mas revelou que já existem articulações em torno do nome de seu sucessor.
“É óbvio que eu não vou abandonar o PDT. Mas nós vamos fazer uma reunião, tem a Renata, o Allan Kardec, o vice-governador [Otaviano Pivetta], vamos ver quem se interessa em dirigir o partido, porque eu também não vou querer mais já que vou sair da política”.
O PDT, atualmente, conta com duas cadeiras na Assembleia Legislativa, mas reelegeu apenas o deputado Allan Kardec. No entanto, caso o deputado Gilmar Fabris (PSD) consiga reverter a decisão que barrou sua candidatura na Justiça, Kardec cairá para a suplência.
Exceto pela eleição vitoriosa ao Governo do Estado, que tinha Otaviano Pivetta como vice na chapa de Mauro Mendes (DEM), o PDT saiu pequeno das eleições em Mato Grosso. Além do baixo número de votos para deputados estaduais, registrou uma votação tímida também para a Câmara dos Deputados. Renata Viana, que é sobrinha de Zeca e buscava uma vaga no Congresso, conquistou pouco mais de 23 mil votos, 103 mil a menos que o deputado federal mais votado.
Chamou a atenção o fato de os candidatos pelo partido terem investido pouco em suas campanhas. Conforme Zeca, cujo patrimônio declarado é de mais de R$ 255 milhões, havia pouco dinheiro para se investir. O deputado, de acordo com as informações fornecidas à Justiça Eleitoral, gastou cerca de R$ 84 mil nestas eleições.
“Eu não gastei, não pedi votos, fui um cara bem tranquilo, porque eu estava ciente que se dependesse de eu gastar dinheiro eu não iria retornar. Não tem para gastar. A gente sabe que tem colegas que são investidores na política, esse não é meu perfil”, comentou o deputado, que afastou, ainda, qualquer possibilidade de ocupar secretarias na gestão Mauro Mendes.