Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Política MT

audiência pública

“É um verdadeiro tiro na cabeça do cidadão”, diz deputado sobre decisão do Governo de fechar delegacias

Foto: Karen Malagoli/AL

“É um verdadeiro tiro na cabeça do cidadão”, diz deputado sobre decisão do Governo de fechar delegacias
O deputado Elizeu Nascimento (DC) afirmou que a decisão do governador Mauro Mendes (DEM), de fechar 16 delegacias no Estado, é um verdadeiro tiro no pé e na cabeça do cidadão mato-grossense. Para ele, com o fechamento, as cidades no interior estarão entregues à criminalidade, inclusive a modalidade de roubo a bancos conhecida por Novo Cangaço. O pronunciamento foi feito na Assembleia Legislativa, onde aconteceu uma audiência pública para discutir o risco do encerramento das atividades nas unidades da Polícia Civil. 


Leia mais:
Governo define e Polícia Civil fecha 16 delegacias em Mato Grosso; veja quais

“Se for fechar delegacia por falta de efetivo, vai ter que fechar também uma série de destacamentos da Polícia Militar. Porque você chegar em uma cidade como Apiácas e outras cidades onde o efetivo da Polícia Militar também é reduzido, daqui a pouco é fechar delegacia, como já vem buscando. Fechar companhia da Polícia Militar e entregar a chave da cidade na mão da criminalidade, como o Novo Cangaço, que chega e faz cordão humano por onde passa, causando maior terrorismo, colocando em risco a vida do cidadão mato-grossense”, disse Elizeu, que  relatou ainda que tem observado a população extremamente temerosa.
 
O parlamentar, que é sargento da Polícia Militar reformado, defende que com o fechamento das delegacias, haverá um aumento nos serviços da PM. Citou inclusive o deslocamento de até três horas para registro de apenas um boletim de ocorrência.
 
“Fechar uma delegacia de Polícia Civil é aumentar o serviço da Polícia Militar. Com essa eminência de fechamento, infelizmente, enquanto a Polícia Militar desloca para fazer um boletim de ocorrência, como é o caso de Jangada para ir para Rosário Oeste, vai gastar em média duas, três horas para poder retornar. Seria o prazo para que as quadrilhas de crime organizado invadam a cidade e causem o maior terrorismo. É um tiro no pé, e eu acredito que é um verdadeiro tiro na cabeça do cidadão mato-grossense o que está acontecendo com essa decisão do Governo”, afirmou.
 
O estudo técnico da Polícia Judiciária Civil considerou a necessidade de suspensão das atividades dessas delegacias em razão de não apresentarem atendimento eficiente à sociedade, serem mantidas com média de dois a três policiais e gerarem custo financeiro anual de mais de R$ 840 mil - com aluguéis de prédios, energia elétrica e viaturas locadas.
 
Ele ainda afirma que a justificativa de economia dada pelo governador não funciona, já que os gastos das delegacias seriam custeados pelas prefeituras. “A justificativa para se dizer que é para economia também não funciona. A maioria das delegacias de Polícia Civil do Estado de Mato Grosso é custeada pela Prefeitura Municipal daquele município. Isso é um afronta a segurança pública do Estado de Mato Grosso”.
 
Ex-coordenador de polo regional de Rondonópolis,, o deputado estadual Delegado Claudinei (PSL) vê o fechamento das delegacias como preocupante. O parlamentar disse que entende o relatório da Segurança do Estado de Segurança Pública (Sesp), mas irá buscar alternativas para amenizar o impacto com o governador, a própria Polícia Civil e o sindicato.  
 
“É uma situação preocupante, principalmente para a população, moradores dessas cidades. Dependendo da localização vão sofrer muito com a distancia de mais de 100 quilômetros, estradas de terra, até chegar em uma delegacia mais próxima”, disse. “Vamos sair daqui e tentar agendar com o governador do Estado, chamar a própria direção da Polícia Judiciária Civil, o sindicato, para estarem junto conosco, para conversar com o governador, ver uma alternativa, uma solução rápida”.
 
A Lei 7.935 de 16 julho de 2003 definiu o quantitativo de efetivo da Polícia Civil das três carreiras, sendo o ideal 400 delegados, 4 mil investigadores e 1.200 escrivães, totalizando 5.600 o número ideal. Antes da lei, era 1 policial civil para 1.233 habitantes ou 1 delegado para 14.449 habitantes.
 
O efetivo atual da Polícia Judiciária Civil é de 227 delegados (já inclusos os 15 que estão em formação na academia pelo concurso de 2017), 692 escrivães e 2.101 investigadores de polícia. Dezesseis anos depois, em 2019, apenas 54% dos cargos criados pela lei foram ocupados. A Polícia Civil tem atualmente 1 policial civil para 1.139 ou 1 delegado para 15.163 habitantes.
 
 
 
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet