Acontece na tarde desta sexta-feira (22), um ato contra a reforma da Previdência organizada pela Central Única dos Trabalhadores e pela Frente Brasil Popular. Reunidos na Praça Ipiranga, em Cuiabá, a manifestação é um ‘esquenta’ para uma greve geral que deve acontecer em breve. Atos similares acontecem em vários municípios do Brasil.

Leia mais:
Cuiabá terá manifestação contra a reforma da Previdência nesta sexta-feira
Deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Lúdio Cabral considera a manifestação necessária. Para ele, a reforma é uma demolição da Previdência Social brasileira. “Se aprovada, os trabalhadores não vão viver para se aposentarem. Como é um tema bastante complexo, que o Governo Federal utiliza de mídia para poder propagar que não vai fazer mal para a população, as centrais sindicais, os movimentos sócias têm que vir às ruas para poder conversar com a classe trabalhadora”, conta em entrevista ao Olhar Direto.
 
“Essa proposta tem que ser rejeitada sumariamente. Eles querem primeiro estabelecer novas regras para idade mínima de aposentadoria, penalizam severamente os mais frágeis, mulher e o trabalhador do campo. Estabelecer tempo mínimo de 40 anos de contribuição para você se aposentar com valor integral do salário e considerar alterar as regras para calculo do valor que seria integral, é um absurdo. Eles ainda querem avançar mais ainda. Querem usar o modelo de capitalização que fracassou em outros países, que só atendem os interesses financeiros dos grandes bancos”, pontuou.
   
Membro da CUT, João de Deus da Silva Filho, contou que o objetivo do protesto é mostrar que a classe trabalhadora não aceita a reforma proposta pelo Governo. Segundo ele, haverá também um planejamento para a deflagração de uma greve geral.
 
“Vamos construir uma grande greve para barrar esse projeto, que é prejudicial para a classe trabalhadora. Acreditamos que não vai ser de um dia só, mas é uma construção porque sabemos que só a classe trabalhadora pode derrubar a proposta desse Governo capitalista, que representa o capital especulativo. Vamos trabalhar com todas as centrais, unificar a unidade do conjunto dos trabalhadores para dizer que para esse Governo que os trabalhadores não aceitam essa reforma”, disse.

Sirlene de Oliveira, servidora pública, acredita que a reforma da Previdência é necessária, mas que há falta de diálogo com a população e entidades sindicais, sociais e políticas.

"A Reforma da Previdência precisa de fato acontecer, mas ela tem que acontecer com uma discussão com todas as entidades sociais e políticas. Não só pelo Governo Federal, de cima para baixo, sem ouvir a população, sem ter um conjunto de ideias para que a reforma não favoreça somente algumas instituições, mas que ela possa atender a maioria da população", defende.