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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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CPI estuda relatório sobre incentivos e renúncias fiscais e prepara oitivas

Foto: Fablício Rodrigues/AL-MT

CPI estuda relatório sobre incentivos e renúncias fiscais e prepara oitivas
Em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal instalada pela Assembleia Legislativa, o vice-presidente, deputado Carlos Avallone (PSDB), apresentou relatório histórico, econômico, social e documental sobre a concessão de incentivos fiscais e a adoção de renúncia fiscal em Mato Grosso. A reunião foi realizada na data de 26 de março.


Ao final da reunião, o deputado Nininho (PSD) avaliou os trabalhos, lembrou que atualmente todos os incentivos fiscais concedidos pelo Estado são por lei, não existindo mais a concessão por decreto, como ocorreu em governos passados. Ele afiançou que, entre as recomendações a serem feitas ao final da CPI, será a de que o governo busque novos investidores, mas dentro das condições consideradas corretas, dando acesso aos incentivos fiscais, mas dentro de uma segurança jurídica.

“Precisamos esclarecer e dar transparência (às ações de incentivos e renúncia fiscal), para incentivar com mais clareza. Hoje todos os incentivos são dados por lei e o estado tem 25% das empresas nessas condições, isso em relação aos demais estados brasileiros. Vamos passar a limpo e chamar o empresariado, pois muitos têm projetos reprimidos pela insegurança jurídica. Vamos trabalhar para dar transparência e essa segurança jurídica”, disse.

Segundo a assessoria, a concessão de incentivos fiscais foi iniciada no governo de Carlos Bezerra (1987-1990), quando foram criados com carência de cinco anos e devolução de 70% do que fosse concedido a grandes empresas, além de depósitos que variavam entre 5% e 7%  a um fundo que financiava pequenas empresas. Essa política foi mantida no governo de Jayme Campos (1991-1994) e no primeiro mandato (1995-1998) do governo Dante de Oliveira. Já no segundo mandato de Dante de Oliveira (1999-2002), foi feito um “ajuste fiscal” que mudou as regras, criando o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic) e adotando um modelo de incentivo por cadeia produtiva, que agregava valores à geração de emprego. Depois,  no governo Blairo Maggi (2003-2010), uma nova mudança, desta vez com a adoção de dez itens de responsabilidade social e ambiental e de comprometimento com a economia do estado, como definição do número mínimo de empregos a serem gerados e participação dos empregados nos lucros, entre outros. Esse modelo resultou na falta de isonomia, levando algumas empresas a perder competitividade.

No governo Silval Barbosa (2010-2015), houve uma abertura desproporcional de incentivos, com a concessão via decretos; já no de Pedro Taques (2015-2019), aconteceu uma redução no número de concessões e o aumento da prestação de dados sobre essas concessões. Entre esse governo (de Pedro Taques) e o atual, de Mauro Mendes, houve uma ruptura total de concessão de incentivos via decreto, e uma ampliação da transparência dos dados. Para se ter uma ideia, o relatório entregue à CPI para o deputado Carlos Avalone contém dados de todas as empresas com concessões ao longo desses períodos, com CNPJ, endereço e montantes. Sobre o relatório, o deputado Nininho afiançou que “vamos esclarecer os detalhes e descobrir onde está o problema da concessão de incentivos do estado, para incentivar corretamente, com transparência e garantir o desenvolvimento econômico”.

Mato Grosso vem avançando na contabilização de dados relativos aos incentivos fiscais. Os números trazidos à CPI demonstram, entre outras informações, que com 15,2%, o estado está abaixo da média de incentivos fiscais praticados no Brasil (16%) e até abaixo dos praticados em outros estados - que chega a 18,4% em relação aos impostos. No entanto, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2018 registra R$ 2 bilhões de isenções programáticas (renúncia fiscal), sendo R$ 1,4 bilhão de empresas que já estão credenciadas, e  R$ 1,6 bilhão de incentivos programáticos (incentivos fiscais), sendo R$ 500 milhões em cestas básicas, R$ 775 milhões em Convênios/ICMS e R$ 180 milhões do Refis/Regularize MT. Ou seja, os números comprovam que a renúncia (quando não há devolução do recurso e há dificuldade de fiscalização) é maior que o incentivo fiscal (quando há uma devolução assegurada e maior capacidade de fiscalização). O relatório apresentado por Avallone propõe um marco de transparência e eficiência desses incentivos fiscais em Mato Grosso, com cinco itens: transparência de processos; isonomia; indicadores de eficiência, prestação de contas e avaliação de resultados.  

De acordo com o presidente da CPI, deputado Wilson Santos, a próxima reunião será nesta quinta-feira (28), às 14 horas. Na pauta, a votação do Regimento Interno da CPI e, talvez, o início das oitivas com convidados para as quais a comissão aguarda o agendamento. Santos enfatizou que “não tem pressa, vamos fazer um trabalho com tranquilidade, pois queremos resultados para Mato Grosso. Se houver vamos provar que há sonegação e devolver dinheiro aos cofres públicos, fechando eventuais furos em favor da sonegação e em favor de uma melhor política de incentivos fiscais”.


As informações são da Assembleia Legislativa de Mato Grosso
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