A Águas Cuiabá abriu buracos para trabalhos de manutenção na Avenida Cândido Mariano, no bairro Quilombo, logo após recapeamento feito pela Prefeitura de Cuiabá, que aconteceu  no último dia 22 de fevereiro. Ou seja menos de 45 dias depois. Os recortes foram fechados recentemente, mas os moradores questionam a qualidade do serviço prestado. 

A prática é recorrente e afeta quem utiliza a via. No mês passado, no dia 13 de março, a reportagem denunciou que uma outra 'cratera' (em decorrência do vazamento de um encanamento na rede de esgoto) estava aberta, o que irritou comerciantes e pedestres. Já em setembro de 2018,  a mesma rua recebeu obras por parte da concessionária com a última etapa da substituição de redes de abastecimento, conforme reportagem do Olhar Direto. 

Leia mais:
Rua Cândido Mariano e mais de 30 vias serão recapeadas em Cuiabá

Assim como a Cândido Mariano, outras 30 vias receberam aproximadamente R$ 10 milhões de investimento para revitalização de 14 quilômetros de asfalto. O trabalho de recapeamento faz parte do programa Minha Rua Asfaltada que, segundo a Prefeitura de Cuiabá, contemplou mais de 40 bairros com a construção de novas pavimentações.

Ao Olhar Direto, um motorista que costuma passar com frequência pela rua Cândido Mariano relatou que a via recebeu recapeamento recentemente. No entanto, dias depois foram feitos alguns recortes na nova capa asfáltica. Apesar da concessionária ter tapado os buracos, percebe-se o declive, que pode prejudicar os condutores.

No mesmo local, a reportagem também encontrou um buraco (veja imagem abaixo) que se abriu exatamente onde teria o asfalto teria sido recapeado após o trabalho de manutenção da concessionária. Os moradores questionam o porque das obras da concessionária acontecerem após a pavimentação. 



Na mesma região, já na Rua Marechal Floriano Peixoto, há  recortes que também teriam sido feitos pela concessionária, que acabaram se tornando buracos. Moradores reclamam da qualidade da malha asfáltica feito pela Águas Cuiabá. Confira imagem: 



O diretor-geral da Águas Cuiabá, Luiz Fernando Fabbriani, explicou que o encanamento da região central do município foi feito em 1942, na época, um trabalho bem executado. Para ele, pode haver ligação de água mais antiga, provavelmente ligada ao Morro da caixa d’água Velha.

Questionado sobre os trabalhos que são feitos logo após pavimentação, ele disse podem acontecer vazamentos causados por furto de água, trabalhos na rede de telefonia ou algum comerciante pode pedir a ampliação do ramal do cavalete. Com isso, acontece o ‘rasgamento’ da rua, para o trabalho de manutenção na via.  

“Temos uma cidade que não está parada no tempo, ela está em funcionamento, em andamento, construindo áreas, jogando esgoto fora, carro na rua, pessoas atravessando”, pontuou o diretor-geral.

Águas Cuiabá faz obra na Cândido Mariano e abastecimento é afetado

Luiz disse ainda que os trabalhos estão alinhados com a Secretaria de Obras, citou, inclusive, que todas as informações são disponibilizadas no site. “Estamos alinhados com a Secretaria de Obras, para permitir que quando for feito a troca de um asfalto na rua inteira, a gente verifique no nosso planejamento se ali vai ter qualquer troca de rede, seja ela de água ou esgoto. Por isso, a gente diminui muito, mas não termina com essa má impressão, que pode existir, de que acabou de asfaltar e rasgou. Não existe isso mais. As ações da companhia são informadas para o Poder concedente, para o público, até no nosso site. Existe um site agora que aponta onde vão ser feitas as obras”.
 
Luiz Fernando lembrou ainda que em reunião recente no Conselho Superior De Infraestrutura (Coinfra), a Águas Cuiabá recebeu elogios pela qualidade do material usado nos trabalhos de tapa-buracos. Segundo ele, o recapeamento feito em Cuiabá seria melhor do que os realizados em rodovias.
 
A Águas Cuiabá possui ações de substituição de redes e a ampliação que esta sendo feita nos bairros mais distantes.  Segundo ele, diariamente as equipes recebiam informações de vazamentos, por conta de fraudes. Mas por conta de um novo equipamento é possível identificar tubulações danificadas e possíveis danos em suas estruturas. O diretor-geral afirmou que atualmente as maiores reclamações são referentes às faturas.
 
O equipamento da marca Radiotection, modelo RD1100, atua diretamente na identificação das redes de saneamento. A máquina possui monitor, sensor, antena e tem a aparência de um carrinho de cortar grama, o que permite a ágil circulação por terrenos, bem como uma procura com maior precisão. O georradar funciona por meio da emissão e reflexão de ondas eletromagnéticas, que identificam a rota e a profundidade das redes, indicando quantos centímetros ou metros abaixo do equipamento está a estrutura, independentemente da pressão da rede. Essas ondas são capazes de identificar a existência de tubulações numa profundidade de até 8 metros.

Luiz Fernando lembrou que a cidade não foi planejada. Antigamente não se tinha dinheiro para fazer toda a rede de saneamento básico. Com isso, a capital recebeu asfalto com a drenagem para água da chuva, mas não recebeu para tratamento de água e esgoto, que teve que ser feito recentemente.