O ex-governador e ex-candidato ao Senado Federal, Carlos Fávaro (PSD), ironizou – nesta segunda-feira (15) - a fala da senadora cassada, Selma Arruda (PSL), de que ninguém bateria o número de votos que ela conquistou nas eleições do ano passado. Ele rebateu dizendo que “é difícil mesmo ganhar de quem burla a legislação”. Ele ainda crê que o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aconteça até setembro.

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Questionado sobre as declarações da senadora cassada, Fávaro não poupou críticas e ironizou: “É difícil bater quem comete ilegalidades, quem larga antes da hora, gasta mais do que pode, realmente é muito difícil. Eu vou fazer dentro das leis, fiz dentro das regras, das leis, vou fazer de novo e a Justiça tem se mostrado competente para quem burla as leis. É difícil mesmo ganhar de quem burla a legislação”.

A senadora cassada postou, em sua página no Facebook, no último fim de semana, que muitos estão cogitando a sua vaga e declarando disputar possíveis eleições suplementares, antes mesmo de que ela tenha sido julgada em instâncias superiores e que "falar é fácil, quero ver é conquistar os 678.542 votos que eu tive! O povo está comigo!".
 
Fávaro ainda crê que o julgamento no TSE aconteça até setembro. Segundo ele, em casos de Caixa 2 e abuso de poder econômico, existe uma resolução no tribunal de que seja julgado até setembro. O ex-governador também acredita que o processo caminha para a consolidação da cassação de Selma Arruda.
 
“A política é a arte de agregar, de fortalecer, mas o principio de tudo é aquela base que me levou a ater 434.972 votos. Claro que com reforço. Ela precisa ser reforçada, porque eu não venci a eleição de 2018. Precisa de um reforço e eu vou trabalhar isso na hora certa, com os companheiros certos, e já tenho boas sinalizações decididas e tenho certeza que será uma candidatura vencedora”, comentou o ex-candidato.

Cassação
 
Selma teve o mandato de senadora cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT), em julgamento realizado na última quarta-feira (10), em Cuiabá. A sessão foi iniciada às 9h e concluída às 17h20, com apenas 1h45 de intervalo. Selma irá recorrer, no cargo, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
Por unanimidade, os membros do Pleno votaram pela cassação e convocaram novas eleições. O desembargador Pedro Sakamoto, relator do caso, havia votado para que Carlos Fávaro (PSD) ocupasse o cargo até que o novo senador fosse escolhido nas urnas. Porém os seis membros restantes do Pleno divergiram neste ponto, fazendo com que o cargo fique vago até o final das novas eleições.
 
Antes do julgamento, do TRE, no dia 5 de abril, a Selma comentou um artigo publicado no site RDnews, em que o colunista insinua em que Sakamoto já decidiu por impugnar o mandato dela, recordando algumas diferenças em que ambos tiveram enquanto Selma ainda comandava a 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
 
Na publicação em sua página no Facebook, Selma diz que prefere não acreditar em uma eventual corrupção no Poder Judiciário e questiona se o seu crime foi ter prendido, além de condenado a maior organização criminosa do Estado.
 
Logo após a condenação, no entanto, a senadora cassada declarou estar tranquila e afirmou que pretendia recorrer às instâncias superiores para provar a sua inocência.