O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determinou que o projeto de revitalização do Beco do Candeeiro, uma das áreas mais conhecidas na região central de Cuiabá, seja reformulado. As atuais intenções da prefeitura não são suficientes para o início da obra.

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O projeto apresentado consistia na retirada do calçamento existente, nivelamento com areia, e reinstalação dos paralelepípedos, com a substituição dos trechos com outros materiais; mapeamento de danos nas fachadas; Implantação de postes de iluminação; demolição e instalação de calçadas; construção de rampas, conforme norma de acessibilidade; limpeza e instalação de novas tampas em caixas de passagem e bueiros; pintura das fachadas voltadas para a via.
 
No parecer, o Iphan leva em conta a necessidade de um trabalho mais aprofundado para a recuperação da área.
 
“Considerando o avançado estado de degradação de diversos imóveis, recomendamos um estudo mais aprofundado sobre as intervenções necessárias ao tratamento das patologias identificadas pelo mapeamento de danos. A pintura, conforme o projeto, não resolve as patologias, cujas origens devem ser investigadas e soluções propostas em estudo específico”, afirmou.
 
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) salientou ser indispensável a especificação de tipo de tinta utilizada. Também deve ser apresentado se existe a necessidade de intervenção nos rebocos dos imóveis. “Recomendamos a identificação dos materiais construtivos de cada fachada no projeto, junto das especificações de tipo e cor de tinta”, orienta o instituto.
 
Cobrando ainda mais empenho no desenvolvimento do projeto, os profissionais pediram que sejam descritos detalhes sobre a profundidade na intervenção no solo. O objetivo é saber sobre a necessidade de trabalhos arqueológicos antes da reforma.
 
Assistência social
 
Ainda no parecer, o Iphan apontou a necessidade de um planejamento sobre ações de assistência social. O objetivo é tratar pessoas em situação de rua e usuários de drogas que transitam ou residem no espaço.  

“Aponta-se também a necessidade de um planejamento de ações contínuas de assistência social e saúde pública, visando atender a população de dependentes químicos que residem e circulam pela região. Sem uma gestão e planejamento do uso dos imóveis e das dinâmicas sociais correntes, uma revitalização apenas em aspectos sicos poderá fracassar enquanto estratégia pontual de preservação, desenvolvimento social e econômico do centro histórico”, finalizou o Iphan.
 
A prefeitura
 
A reportagem do Olhar Direto entrou em contato com o secretário de Cultura, Esporte e Turismo, Francisco Vuolo. Conforme informado, o primeiro parecer será respeitado. A reformulação do projeto deve ocorrer nos próximos dias visando garantir a recuperação do Beco do Candeeiro, segundo Vuolo, uma das principais preocupações do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
 
O secretário também garantiu que projetos de assistência social estão sendo pensados pelo Poder Executivo.