Vice-presidente do PSDB em Mato Grosso até fevereiro de 2020, o deputado estadual Carlos Avalone revelou estar sofrendo retaliação por parte da família do ex-secretário de Turismo de Mato Grosso, Luiz Carlos Nigro, desde que o partido passou a defender o nome do empresário como candidato a prefeito de Cuiabá, nas eleições do próximo ano. Para o parlamentar, será difícil viabilizar a candidatura de Nigro e, outros nomes, como dos vereadores Renivaldo Nascimento e Ricardo Saad, já vêm sendo discutidos.

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“Hoje as pessoas têm uma visão muito ruim dos políticos. A sociedade não vê mais como um dom, isso atrapalha muito. Estou passando por uma dificuldade com a família do Nigro. Outro dia encontrei com a mãe dele, quase que não me cumprimenta. O Nigro é um bom nome, mas viabilizar a candidatura dele é diferente. Temos outros nomes, os vereadores como Renivaldo, Ricardo Saad...”, explicou o deputado.

Avalone deverá assumir a presidência do Diretório Estadual do PSDB no ano que vem, numa dobradinha com o atual presidente, Paulo Borges, eleito na última segunda-feira (06). Com grandes prejuízos nas eleições passadas, o partido irá focar a partir de agora em sua reestruturação, que pode inclusive passar por uma fusão com o Democratas, do governador Mauro Mendes.

Entre os objetivos já anunciados pelo partido está a candidatura própria em Cuiabá. O nome de Nigro foi lançado por Wilson Santos durante a eleição da Executiva Municipal da Capital, há cerca de um mês. Outro ponto defendido por Santos e respaldado por Avalone é compor o grupo de oposição ao atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB).

No mês passado, um almoço reuniu Santos, Avalone e os principais vereadores de oposição ao emedebista na Câmara. O encontro causou polêmica. “Eu estava na reunião [almoço] e lá, como candidato a presidente do estadual, eu coloquei a minha posição de que o partido tem que ter candidatura própria. O Nigro é um grande nome. Mas a gente não pode chegar e dizer: ‘Nigro, você vai ser o candidato’. Ele primeiro precisa querer e depois nós precisamos viabilizar isso. Agora, ele é um nome importante e bom. Mas a gente faz isso como um conjunto de partidos, aqueles vereadores que estavam lá eles estão interessados em formar um grupo, disputar as eleições, lançar candidatura. O PSDB não pode chegar lá impulsionando um nome. O Wilson, naquele momento, traduziu nossa vontade de formar um grupo político”, declarou Avalone, na ocasião.