O empresário Frederico Müller Coutinho, delator da 'Operação Sodoma', é um dos alvos da 'Operação Mantus', deflagrada nesta quarta-feira (29), com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada “jogo do bicho”. Segundo as investigações, Frederico seria o líder de um dos grupos.
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Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho. As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso. As informações levantadas até o momento indicam que os dois grupos eram rivais e disputavam o controle da atividade contraventora em Mato Grosso.
O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.
Sua factoring teria sido usada para lavar R$ 500 mil em propina recebida pelo procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima. À polícia, ele disse que Chico Lima levou seis cheques no valor de R$ 83,3 mil cada um.
No último dia 15 deste mês, o empresário - que já era delator da Sodoma - foi agraciado com a Comenda do Mérito Cuiabá 300 Anos, outorgada pela Câmara Municipal de Vereadores de Cuiabá. A indicação foi do vereador Adevair Cabral (PSDB).
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
Em um ano, apenas em contas bancárias, as organizações movimentaram cerca de R$ 20 milhões.
Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.