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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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alérgica a medicamentos

Família vê negligência médica após morte de idosa no Hospital Santa Rosa e vai à polícia

Foto: Reprodução

Detalhe: Orcelina Gomes da Silva, 83 anos.

Detalhe: Orcelina Gomes da Silva, 83 anos.

Familiares de Orcelina Gomes da Silva, 83 anos, denunciam suposta negligência médica, ocorrida no Hospital Santa Rosa, em Cuiabá. A idosa deu entrada na unidade com pneumonia, entretanto, teria sido medicada com remédios que tinha alergia. Ela não resistiu e foi a óbito alguns dias depois de ser internada.  O caso foi registrado perante à Polícia Civil.

 
Neta da idosa, a jornalista Júlia Milhomem Orcelina disse ao Olhar Direto que ela deu entrada no hospital no dia 27 de abril, após ser levada pela filha, que observou que ela estava com uma tosse seca. No pronto-atendimento ficou constatado que ela estava com pneumonia nos dois pulmões. “Foi informado desde o inicio que ela tinha alergia a duas medicações, que era à base de bezetacil e penicilina”, afirma.

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Um medico-residente em infectologia teria medicado a idosa com um antibiótico chamado clavulin, a base de penicilina, o qual Orcelina teria alergia. Durante oito dias em que permaneceu na enfermaria, a idosa teria sido medicava com o mesmo antibiótico. “Nós não víamos médicos mais antigos, só essa gurizada mesmo, residente, recém-formado, passava lá para fazer a visita na minha avó”.
 
“A gente percebeu que eles não examinavam minha avó. Quem aferia a pressão, colocava oxímetro nela, eram os enfermeiros. Com dois dias que ela estava lá, começou a ficar muito vermelha. A gente não sabia, mas já era a penicilina, por causa do clavulin. Teve um dia que cheguei lá, ela estava muito vermelha, muito cansada”, acrescenta.
 
Em consulta com enfermeiras, constaram que ela estava com diabetes, doença que ela não tinha.  Ela ainda pediu para que a avó fosse encaminhada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sob acompanhamento de um médico, mas o pedido foi ignorado.
 
“As enfermeiras não tinham paciência, tratavam ela mal. Teve um dia que ela chegou a dormir sem roupa, sem camisola. Você imagina uma senhora, de 83 anos, com pneumonia, dormir sem roupa, porque não tinha camisola. Sujeira no quarto, algodão de sangue no chão. A situação dela foi agravando”, lembra.
 
Indignada com a situação, no dia 3 de maio, Júlia fez uma denúncia na ouvidoria do hospital, mas não obteve sucesso, pois nada foi resolvido. Após oito dias, um médico na UTI teria ido verificar a idosa. A situação teria acontecido depois que uma prima fez inúmeras perguntas para uma residente, que não soube responder nenhum questionamento.
 
“Ele examinou ela, em dez minutos ela estava na UTI. Ela ia morrer naquela noite na enfermaria, se não tivesse descido aquele médico, se não tivéssemos batido duro. Ela foi para UTI no dia 4 maio e permaneceu por 15 dias, ela morreu no dia 19 de maio. No dia que ela subiu para UTI, minha prima perguntou a questão da vermelhidão, e o médico informou que o clauvilin era uma medicação a base de penicilina. Foi quando descobrimos que ela tomou a medicação errada os oito dias”.
 
Depois do falecimento, a família pediu o prontuário, que teria sido analisado por um parente, que é médico. “Começamos a destacar todos os erros que aconteceram. Ela deu entrada no P.A [pronto-atendimento], já com um remédio a base de penicilina, sendo que ela era alérgica. Ela permaneceu tomando esse remédio por oito dias. Será que ninguém leu o prontuário e viu que ela é alérgica? Outra coisa a bactéria que ela tinha, klebsiella, não é tratada por estes antibióticos. A gente vê negligência porque em nenhum dia ela foi examinada. Só passou médico residente, ninguém leu o prontuário que ela era alérgica a penicilina? Quando ela chegou na UTI, não tinha mais o que fazer”, lamenta.
 
Outro erro médico apontado seria o uso de um remédio para alergia, que diminui a imunidade e pode desenvolver diabetes. No atestado de óbito, consta que uma das causas da morte é a doença.
 
Um boletim de ocorrência foi registrado relatando o caso. Júlia, a mãe, e a prima foram ouvidas na Delegacia de Polícia. Uma denúncia também foi feita no Conselho Regional de Medicina (CRM).  
 
Apesar disso, Júlia contou que não pretende entrar com ação judicial contra o hospital. “Pra gente não compensa, não teremos ela de volta. O nosso interesse é público, de alertar as pessoas sobre o que o Santa Rosa virou hoje. Virou lugar de estudante, onde médico residente está tratando vidas com descaso, negligência”, finaliza.
 
Outro lado 

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Hospital Santa Rosa se manifestou em apoio à família do paciente e disse que realizará uma análise com intuito de apurar o ocorrido. Veja a íntegra do posicionamento: 

O Hospital Santa Rosa manifesta seu apoio à família da paciente e informa que realizará uma análise minuciosa do caso com o intuito de apurar o ocorrido. Ademais, o Hospital Santa Rosa ressalta seu compromisso em atender seus pacientes com todo o cuidado necessário e sempre buscando prestar serviços de qualidade e referência. 

HOSPITAL SANTA ROSA
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