O piloto italiano Francesco Turriziani, 61 anos, que fez um pouso forçado em uma pista na zona rural da cidade de Alta Floresta (793 quilômetros de Cuiabá), no último domingo (30) e foi flagrado com R$ 4,6 milhões, já teve um voo interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB), no Mato Grosso do Sul. Além disto, ele já foi condenado por tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.
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Italiano se contradiz e não comprova origem de R$ 4,6 milhões encontrados em aeronave que fez pouso forçado
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), o italiano foi investigado pela Polícia Federal no ano de 2002, quando teve uma aeronave (também de pequeno porte) interceptada pela Força Aérea Brasileira (FAB). O fato foi registrado em outubro daquele ano.
Na ocasião, a FAB acionou a PF em Campo Grande (MS) dizendo que uma aeronave teria decolado, sem plano de voo e acabou abandonada na pista de pouso de um aeródromo rural na cidade.
No local, os policiais federais encontraram uma pistola e resíduos de cocaína na cabine do avião. À época, a Justiça Federal salientou que havia fortes indícios de que a aeronave era usada para o tráfico de drogas.
A condenação do italiano, que vive há 30 anos no Brasil, pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, foi proferida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em 2009. Ele recorreu da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou o recurso e manteve a decisão.
O piloto italiano se contradisse durante depoimento e não conseguiu comprovar a origem dos R$ 4,6 milhões encontrados em diversas malas que eram transportadas na aeronave. Posteriormente, disse que o montante seria utilizado para comprar ouro no Pará.
Ele acabou liberado, já que nada foi comprovado contra ele. Já o montante ficou apreendido.
O caso
Consta do boletim de ocorrências que a Polícia Civil foi acionada para atender uma ocorrência de suposta queda de aeronave em um local conhecido como Aero Recanto. No caminho, os PMs avistaram um caminhonete e fizeram a abordagem.
O motorista disse que seria taxista e estava acompanhado do piloto da aeronave. Foi pedido que o suspeito retornasse até o local onde estava o avião, que foi encontrado no final da pista, em uma área de pastagem.
A aeronave estava aberta e não continua mais nenhuma bagagem. Questionado, o italiano afirmou que elas estavam na carroceria da caminhonete. Durante a revista, foi encontrada uma grande quantia em dinheiro dentro de bolsas e malas.
Os investigadores contabilizaram R$ 4,6 milhões dentro das bolsas. Diante dos fatos, o homem foi encaminhado para a delegacia, onde prestou esclarecimentos acompanhado de seus advogados. O italiano é morador da cidade de São Paulo.
Em depoimento, o piloto contou que saiu com a sua aeronave (Cessna 206 T) de Sorocaba (SP) e tinha como destino Itaituba (PA), com duas paradas para reabastecimento previstas em Jataí (GO) e Alta Floresta (MT).
Porém, o piloto disse ter percebido um problema no flap da aeronave (dispositivo utilizado para ajudar a reduzir a velocidade do avião no momento do pouso). Mesmo assim, ele decidiu seguir de Jataí para Alta Floresta, onde precisou fazer o pouso forçado.
