“O governador e político Mauro Mendes tem nojo do empresário Mauro Mendes”. Esta foi a resposta dada pelo deputado Wilson Santos (PSDB) ao governador de Mato Grosso, que na tarde desta quinta-feira (4) afirmou que tinha ‘nojo’ de políticos que mudavam de posicionamento, em entrevista sobre a o projeto que convalida incentivos fiscais e altera regras para os benefícios em Mato Grosso. Mauro não citou o nome do deputado, mas fez referência direta à atuação do parlamentar, que no passado espalhou outdoors pela capital pedindo a taxação do agronegócio, e hoje é um crítico do projeto. 

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Wilson decidiu usar a mesma palavra e manter o tom, afirmando que o governador também mudou de posicionamento, já que no passado exerceu uma atividade empresarial e cargos estratégicos como diretor e presidente da FIEMT (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso), instituição que hoje também se opõe à minirreforma do governo.
 
“Ele [Mauro Mendes] se esquece que em 2003 liderou um movimento em Mato Grosso chamado Acorda Brasil, que percorreu ruas e mobilizou empresários de uma forma em geral contra o aumento da carga tributária. Dezesseis anos depois ele faz tudo ao contrário. Cadê a imagem do candidato Mauro Mendes que dizia não faltar recursos, mas apenas faltar gestão em Mato Grosso? Desapareceu?”, questiona.
 
Esta semana, Santos anunciou que tem a garantia de 11 votos contrários à mensagem do Executivo que altera regras para concessão de incentivos fiscais em Mato Grosso. O texto foi retirado de pauta por determinação do presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho (DEM), e deve ter trâmite reiniciado na próxima semana, após passar por adequações.
 
O parlamentar ainda afirmou que Mauro não tem equilíbrio e respeito com as instituições e agentes sociais que pensam diferente. “Ele tem nojo de mim, dos professores, tem nojo dos pecuaristas e dos industriais, tem nojo do comerciante, está com muito nojo. Para governar é preciso ter inteligência emocional, equilibrio e serenidade porque vai conviver diariamente com conflitos. Está faltando ao governador serenidade e respeito. Essa semana ele já agrediu a FIEMT, professores e agora a mim. O governador tem que aproveitar o final de semana e dar uma relaxada porque governar não é simples. Tem que ter humildade, serenidade e, acima de tudo, respeito, com aqueles que pensam diferente”.
 
Wilson também fez questão de lembrar de quando o diálogo entre os dois era diferente. “Ele me aplaudiu e ficou muito satisfeito comigo em janeiro e fevereiro, quando eu fiz um enfrentamento ao agronegócio defendendo a taxação do agro. Ali eu era maravilhoso, agora, porque tenho uma postura de que os aumentos já foram suficientes, ele me agride”.
 
A revalidação dos incentivos fiscais precisa ser aprovada até dia 31 de julho, sob pena de todos os benefícios vigentes perderem validade. A medida segue determinação de uma lei complementar federal aprovada em 2017.