Os servidores do sistema penitenciário que atuam nas unidades de Mato Grosso decidiram, em assembleia, pela realização de um protesto de 72 horas de luto, em razão da morte do agente penitenciário Elison Douglas das Silva, 37 anos, executado com pelo menos 20 tiros, após sofrer uma emboscada no bairro Téssele Júnior, em Lucas do Rio Verde (332 quilômetros de Cuiabá), no dia 30 de junho.

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O movimento se dará justamente no sétimo dia do assassinato do agente penitenciário, Elison Douglas, alvejado em uma emboscada quando chegava a sua residência, na cidade de Lucas do Rio Verde.
 
O protesto se inicia as 00:01 de sábado (06)  e termina as 00:00 de  segunda-feira (09).
 
Segundo a presidente do Sindispen, Jacira Maria da Costa, os servidores só vão sair da unidade em situação de emergência. Neste prazo, será elaborado um documento e na terça-feira (10) encaminhado para a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), solicitando ao gestor da pasta, Alexandre Bustamante, providências para que o modelo de outros Estados, onde houve uma situação semelhante ao ocorrido em Mato Grosso, seja copiado.
 
“Iremos aguardar. Daremos um prazo também de 72 horas, para que a secretaria de uma resposta a esse plano emergencial. Também foi aprovado o estado permanente de assembleia, onde ficou acordado que no dia 12 de julho, independente da resposta e se haverá ou não esse plano emergencial, os servidores vão novamente se reunir e será retomada a continuidade do protesto. Também foi aprovado hoje pelos presentes, que é uma paralisação dentro do protesto de 30 dias, onde várias ações vão ser realizadas, ações essas que ainda vão ser programadas e divulgadas no momento oportuno”, disse a presidente.
 
Durante a assembleia, vários servidores pediram a fala e demostraram estar inconformados com o ocorrido e a falta de solidariedade por parte da Sesp para com a categoria em um momento de fragilidade e ataque a segurança publica do Estado.
 
O presidente licenciado do Sindspen e deputado estadual, João Batista (Pros), fez as suas considerações de apoio à categoria e pessoal sobre o agente assassinado e salientou a importância da manifestação  e união dos servidores.
 
Após a apresentação dos encaminhamentos e aprovação, a presidente solicitou apoio a todas as 54 unidades penais e que  façam esse protesto de paralisação das suas atividades, aquartelados  dentro da unidade, frisando que a cartilha de procedimentos será disponibilizada no site oficial até a próxima sexta-feira.
 
“Conto com vocês, a hora é esta, temos que reagir e a nossa reação depende de cada um servidor que está inconformado com a morte do nosso irmão”, finalizou a presidente.

O caso

O agente penitenciário Elison Douglas das Silva, 37 anos, executado na noite do último domingo (30), após sofrer uma emboscada no bairro Téssele Júnior, em Lucas do Rio Verde (332 quilômetros de Cuiabá), foi morto com pelo menos 20 tiros. Após receber denúncias anônimas, a Polícia Militar conseguiu capturar cinco suspeitos.

A vítima foi baleada pelo menos 20 vezes nas costas pelos criminosos, que atacaram Elison no momento em que ele abria a porta de uma residência. Ao todo, testemunhas apontam a participação de pelo menos quatro suspeitos.
 
O crime que tirou a vida do servidor público chocou a população de Lucas do Rio Verde e deixou uma comoção muito grande aos amigos e familiares. Elison trabalhava há muitos anos no centro de detenção provisória do município.