Dados divulgados pelo Governo do Estado mostraram uma redução no número de áreas desmatadas em Mato Grosso entre os anos de 2017 e 2018. Segundo o levantamento, a quantidade de quilômetros quadrados desmatados caiu de 1.561 km² para 1.490 km². O número de queimadas também foi reduzido e passou de 30.911 para 18.032, no comparativo do mesmo período.

A redução, que na avaliação do Governo ainda está abaixo do esperado, foi divulgada na semana em que Mauro Mendes (DEM) e outros sete governadores assinaram uma carta, intitulada 'Carta de Palmas', com compromissos até 2030 pela preservação e desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.

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“Provavelmente não teremos redução de focos de incêndios neste ano de 2019, por causa da condição climática e da biomassa acumulada. Como no ano passado registrou-se queda, a tendência é de aumento para este ano. Mas, não tão alto como nos demais Estados da Amazônia Legal”, explicou o coronel Bombeiro Militar Paulo Barroso, secretário-executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Pelos últimos dados de 2019, Mato Grosso, com 8.556 focos registrados, já ultrapassou a metade do total de 2018. Para evitar que os números sejam ainda maiores, o Comitê Estadual de Gestão de Fogo, formado por 20 agências estaduais e 17 convidadas (entre ONGs e iniciativa privada), trabalha ativamente na prevenção, controle e combate aos incêndios florestais.

Entre 15 de julho e 15 de setembro, conhecido período proibitivo de queimadas em áreas rurais, é ativado também o Comitê Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que este ano está estruturado no Centro Integrado de Operações da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Ciosp/Sesp).

Para a execução da tarefa, conta com 87 veículos de combate a incêndios florestais, dois caminhões de apoio, três aeronaves (dois aviões com capacidade para transporte e lançamento de até 3.500 litros de água e um helicóptero), além de 1.327 brigadistas – entre 350 e 400 atuando diariamente.

Período proibitivo

Devido ao clima, está estabelecido desde o dia 15 de julho o período proibitivo de queimadas, que se estende até o dia 15 de setembro. Durante este período é utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, além de multa que pode chegar a R$ 7,5 mil por hectare.

“Já foram realizadas cinco operações Abafa – uma em 2016, duas em 2017 e duas em 2018. No total, foram aplicados R$ 60 milhões em multas. Obviamente, o réu pode recorrer, mas terá que depositar 10% do valor da multa para fazê-lo. Ou seja, no mínimo R$ 6 milhões vão para o Fundo Estadual de Meio Ambiente (Feman)”, acrescenta o coronel.

Carta de Palma

Na quinta-feira (01), Mauro Mendes e outros sete governadores assinaram a “Carta de Palma”, que prevê o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, composta por Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. A carta traz um planejamento de 11 anos para transformar a região, apoiando-se em quatro eixos.

O primeiro deles busca trabalhar com a economia verde por meio de cadeias produtivas regionais e turismo. Já o segundo eixo irá trabalhar a integração regional, com sistemas de infraestrutura e logística de transporte nos diversos modais. O terceiro eixo visa desenvolver estratégias para a modernização e melhoria dos processos ambientais adequados quanto a implantação de obras públicas e privadas. Por fim, o quarto eixo é focado em melhoria de serviços públicos como educação e saúde.