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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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MUDANÇA DE PARTIDO

Selma critica nova previdência e enfraquecimento do COAF, mas diz que não está 'traindo' Bolsonaro

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Selma critica nova previdência e enfraquecimento do COAF, mas diz que não está 'traindo' Bolsonaro
A senadora Selma Arruda, que sai do PSL e se filia nesta quarta-feira (18) ao Podemos, publicou um vídeo em suas redes sociais explicando porque a mudança de partido não é uma traição ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). A juíza aposentada elencou uma série de críticas a ações do governo, e citou aliados do presidente que também são de outros partidos, para provar que é possível continuar na base. Dentre as críticas estão alguns pontos da Reforma da Previdência e o enfraquecimento do COAF, além da polêmica relacionada à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da ‘Lava Toga’.


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Reforma da Previdência

A parlamentar fez questão, no vídeo, de anunciar seu voto favorável à reforma. No entanto, citou uma série de pontos em que diverge de opinião em relação ao ministro da economia Paulo Guedes. Dentre eles estão, por exemplo, a aposentadoria dos policiais.

“Todo mundo sabe que a Reforma Da Previdência é necessária. É óbvio, todo mundo sabe. Agora, existem pontos que nós não podemos concordar. Porque fazer essa injustiça com as policias? Os senhores sabem o tanto que a polícia é importante para a nossa segurança. Porque você quer um policial velho, despreparado, gordo pra correr atrás de bandido que pode fazer mal para o seu filho, pode fazer mal pra você?”.

Outra crítica foi feita ao pagamento de menos de um salário mínimo para pessoas em regime próprio – que a senadora chegou a chamar de ‘irregularidade’, e à falta de um período de transição. “Vocês imaginem essa reforma da previdência sendo aprovada agora, em outubro, e a pessoa que tinha direito de se aposentar em novembro, ainda tendo que trabalhar, simplesmente, mais cinco ou dez anos. Isso não é justo, eu não concordo com isso”, disse.

COAF

A parlamentar fez questão de frisar sua crítica contra o que chamou de enfraquecimento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que deixou o Ministério da Justiça e foi para o Ministério da Economia. “O COAF é um órgão de fiscalização indispensável. É por meio do COAF que a Lava Jato conseguiu pegar tanto bandido corrupto por aí. Porque é um órgão que avisa quando há uma movimentação bancária irregular, ou diferente, das movimentações que sempre são feitas pelas pessoas. Ele emite um alerta”, explicou. “Eu sou contra o enfraquecimento do COAF, da Receita Federal, a redução do poder de investigação de auditores. Quem é contra a corrupção não pode concordar com isso. Ainda tinha por aí um zumzumzum sobre a possibilidade da criação de mais um imposto como a CPMF, que eu também sou contra”.

CPI da Lava Toga

Grande pivô da saída de Selma do PSL, a CPI da Lava Toga também foi assunto muito debatido no vídeo. Ela citou que o senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente, queria que ela e outros colegas retirassem suas assinaturas para a criação da investigação, o que juíza aposentada se negou a fazer. “A lava jato já está no executivo, já chegou no legislativo, porque não pode chegar no judiciário?”, questionou. “E o Senador Federal é a única instituição que tem competência para investigar e fazer um impeachment, julgar, essas pessoas do Supremo. Nós não podemos deixar que elas permaneçam incólumes fazendo o que querem, simplesmente impunes e acima de todos nós. Eles também são funcionários públicos assim como eu, e temos que ser transparentes”.

Segundo Selma, a CPI é a forma mais viável para haver investigação e, quem sabe, uma punição dos ministros. Isso porque para ser criada, são necessários apenas 27 assinaturas. “Um projeto de lei, para ser aprovado, precisa de 41 votos a favor. Uma PEC se inicia, também, com 27 assinaturas, mas precisa de 49 votos em dois turnos - ou seja, precisa colocar essa PEC para ser votada duas vezes, e nas duas vezes ela precisa de 49 votos. Nós estamos aqui penando para conseguir 27, é isso que eu quero que vocês entendam. E um impeachment, gente, pior ainda! Precisa de dois terços dos votos da casa, ou seja, 57 senadores têm que votar um impeachment”.

Mesmo após citar os pontos divergentes, a senadora reiterou que não está traindo Jair Bolsonato, que continua defendendo o presidente e lutando contra a corrupção. A mudança de partido, no entanto, justificou como uma busca por liberdade. “Eu estou indo para o Podemos por afinidade extrema com o partido. Eu tenho afinidade extrema com os senadores, são pessoas absolutamente de uma liderança admirável (...). É um partido organizado, e é um partido que me dá liberdade para poder exprimir essas coisas que estou dizendo para vocês agora. Estando num partido que não me dá esta liberdade eu não tenho como agir e como cumprir todas as metas no Senado que eu preciso cumprir com vocês”, finalizou.
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