A Polícia Federal (PF) encontrou uma cava (buraco) com mais de 60 metros de profundidade para a extração de ouro no garimpo ilegal, alvo da “Operação Trype”. Além deste, os demais encontrados foram implodidos. O local fica próximo a cidade de Aripuanã (a 1.200 km de Cuiabá).
Na terça-feira (8), o delegado de Polícia Federal Carlos Henrique Cotta d'Angelo já havia informado que seriam utilizados explosivos para implodir as cavas encontradas no local. Em consequência, 500 garimpeiros tiveram que deixar o espaço para que a ação foi realizada pelos policiais.
“Esta segunda etapa da operação visa dar cumprimento a ordem judicial que determinou que fosse cessada a atividade garimpeira. Os responsáveis foram identificados e indiciados na primeira fase. Ontem, forças entraram no garimpo, deram comando para que todos saíssem e levassem seus pertences, já que o processo de encerramento inclui o uso de explosivos”, disse o delegado.
Operação Trype
A operação, que conta com 160 policiais e servidores da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), visa encerrar as atividades de um garimpo ilegal localizado na cidade de Aripuanã que está causando impacto ambiental e devastação social na cidade.
O índice de homicídios, tráfico de drogas e prostituição aumentou na região por conta o garimpo ilegal. Imagens divulgadas pela PF mostram que o espaço havia se tornado uma “minicidade”.
A operação foi deflagrada após dois suspeitos, identificados como R.R.L., 34 anos, e W.B.F., 33 anos, serem presos em um aeroporto na zona rural da cidade, em junho deste ano. Foram apreendidos 6,5 kg de ouro avaliados em R$ 7 milhões, além duas pistolas (9mm e 635) com seus respectivos carregadores e 27 munições intactas.
Em depoimento, R.R.L. confessou ser dono do outro e disse que estava aguardando a aeronave que levaria o ouro, mas não fez referência ao avião que havia pousado minutos antes e levantado voo.
A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 26 de setembro, com o objetivo de investigar irregularidades na extração de ouro em garimpos de Mato Grosso. Foram cumpridos mandados de prisão em Juína, Aripuanã, Alta Floresta e Paranaíta.
“Minicidade”
Em imagens divulgadas pela PF, pode-se notar que o garimpo havia se transformado em uma “minicidade” com 1,5 mil pessoas. Gravadas através do helicóptero que dá apoio na ação, as imagens mostram que há vários pequenos imóveis espalhados ao longo da região.
Garimpeiro morto
Durante a ação, um garimpeiro, que não teve seu nome revelado, foi morto. Em seu barraco, foram encontradas duas espingardas cartucheiras, uma de cano longo e outra de cano curto, de calibre não identificado. Além disso, havia invólucros de pólvora, chumbo, pote com espoleta, cartuchos intactos e outros deflagrados, além de dois invólucros de quantidade não especificada de substância semelhante a ouro.
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