O governador Mauro Mendes (DEM) sinalizou que após a conclusão do estudo de viabilidade do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que está sendo feito em conjunto com o Governo Federal, sentará à mesa com o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), para discutir os rumos da obra. Nos últimos meses, a questão tem causado ríspidas declarações das duas partes, sendo que o gestor municipal já adiantou que o Estado não mexerá em um centímetro do projeto sem sua autorização.

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Mauro afirmou que não irá ficar pressionado e fazendo anúncios estapafúrdios que não serão cumpridos, como era feito por governos passados. “Vocês da imprensa devem se lembrar que durante seis vezes foi anunciada a retomada da obra do VLT. Retomou? Não. Então não adianta”.
 
“Nós vamos continuar o estudo técnico, correto, com profundidade, para que o dia que ele estiver pronto nós possamos sentar à mesa, debater com o Ministério Público, a Assembleia Legislativa, Prefeitura de Cuiabá, de Várzea Grande, que já foram chamadas a essa mesa, apresentando as suas considerações e informações, para que quando esse trabalho estiver concluído, nós tenhamos condições, definitivamente, de tomar uma decisão e dizer o que vai fazer”, pontuou Mauro.
 
Apesar de sinalizar dar ouvidos a Emanuel Pinheiro, Mauro Mendes se mostrou incomodado com as declarações do filho do gestor municipal, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (PTB), o Emanuelzinho, que acusou o chefe do Executivo de “boicotar” a criação de uma Comissão Externa para acompanhar o grupo de trabalho e também insinuou uma troca do VLT para o Bus Rapid Transit (BRT).
 
Durante o questionamento sobre a fala de Emanuelzinho, Mauro mostrou-se incomodado: “Quais são essas algumas coisas que estão sendo escondidas? Mas o que? Eu gosto de fazer um debate claro”, disse.
 
“Ele não é meu porta-voz. De onde ele tirou isso?”, acrescentou o governador sobre uma possível troca do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Bus Rapid Transit (BRT). Em Plenário, Emanuelzinho citou que Mendes teria direcionado o secretário Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional, José Lindoso de Albuquerque Filho, a trocar os modais.
 
Conforme divulgado pelo Olhar Direto, o secretário de Infraestrutura (Sinfra) do Estado, Marcelo Padeiro, revelou que houve atraso na contratação de uma empresa que faz um estudo sobre os impactos do novo modal em Cuiabá e Várzea Grande. Sendo assim, uma definição sobre o futuro da ‘quase ultrapassada’ obra, que deveria ter ficado pronta antes do Mundial de 2014, só acontecerá em fevereiro de 2020.
 
Iniciada em agosto de 2012 e com mais de R$ 1 bilhão já aplicados para o “novo” modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, os trilhos que guiariam o VLT nos dois municípios quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.