O deputado estadual Delegado Claudinei (PSL) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) nesta quarta-feira (30) para demonstrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), após o Jornal Nacional divulgar, na terça-feira (29), relacionar que o chefe de Estado teria, supostamente, autorizado a entrada de um dos executores da vereadora Marielle Franco (PSOL) em seu condomínio. Para o parlamentar, existem “forças ocultas” tentando manchar a imagem de Bolsonaro com ataques.

Leia mais:
Bolsonaro diz que Witzel lhe contou no dia 9 de outubro sobre o envolvimento no caso Marielle
 
“Quero registrar este ataque, envolvendo a imprensa. A considera maior rede de televisão do Brasil e forças ocultas que estão querendo manchar a imagem do nosso presidente Bolsonaro, que está na Ásia, Oriente Médio, buscando investimentos para o país. Em busca de tirar o país da crise financeira que se instalou, principalmente por estes governos corruptos dos últimos 16 ou 18 anos. Algo que nos prejudicou financeiramente”, disse Claudinei.
 
O deputado ainda citou o vídeo de desabafo feito por Bolsonaro, em que ele dispara contra a Rede Globo. “Este jornalismo manipulado. Como consegue informações sigilosas de um inquérito sobre a morte da vereadora Marielle, que ocorreu em março de 2018. Agora, chega a informação de que o próprio governador do Rio de Janeiro possa ter feito isto visando concorrer à presidência nas próximas eleições”.
 
“São forças ocultas querendo desmoralizar o presidente, tirar as forças dele, para que não consiga desenvolver este país. No primeiro semestre deste ano, esta rede de televisão não divulgou que o nosso país já teve diminuição na violência”, acrescentou o deputado.
 
Claudinei ainda cita a aprovação da Reforma da Previdência na Câmara Federal, que deverá proporcionar uma economia de R$ 900 bilhões para o país nos próximos dez anos e frisou que, o que chama de imprensa marrom, só faz ataques e tem como intuito de derrubar Jair Bolsonaro. “Será que é porque perderam as concessões, mordomias?”.
  
“Por que não cobra a investigação de quem mandou matar o nosso presidente durante a campanha? É mais fácil atacar o Bolsonaro, sendo que ele estava em Brasília (DF) no dia que o acusado foi até o condomínio. Presidente, deixo aqui meu apoio como deputado estadual. Estou com o senhor, vou te defender em Mato Grosso e no país todo. Isso é uma fraude de provas, querendo jogar nosso presidente contra a população brasileira. O senhor vai ganhar mais força nesta. Deus te deu uma chance de viver e você sairá fortalecido”, finalizou o deputado.

O caso

Bolsonaro tem casa no condomínio onde mora Ronnie Lessa, suspeito dos assassinatos. O Jornal Nacional revelou, na terça (29), que o porteiro contou à polícia que horas antes do crime, em 14 de março, outro suspeito, Elcio Vieira de Queiroz, disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. O porteiro ligou para a casa de Bolsonaro e obteve autorização para a entrada de Elcio. Ele confirmou em dois depoimentos que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do "Seu Jair".

Os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia. Como o nome do presidente foi citado, a lei obriga que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o caso.00:00/06:27

Ainda na noite de terça-feira (29), horas após a revelação feita pelo JN, Bolsonaro culpou Witzel por repassar as informações à imprensa, o que o governador nega.

Na manhã desta quarta, em entrevista a jornalistas em Riad (Arábia Saudita), o presidente voltou fazer a afirmação, e disse que o governador do Rio de Janeiro já havia lhe contado sobre o depoimento do porteiro, em um evento no Clube Naval do Rio de Janeiro, há 21 dias.