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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Entenda como a moda gênero fluido e sem gênero está crescendo no Brasil

Marcadas pela neutralidade, cada vez mais looks que não se destinam a gêneros específicos estão sendo consumidos 

Pensando em favorecer pessoas que não desejam ter sua orientação de gênero delimitada pelo jeito de se vestir, cada vez mais os atores da indústria da moda estão abraçando a moda genderfluid (gênero fluido ou queer) e a moda genderless (sem gênero).

 
Para quem não está familiarizado com os termos, eles propõem uma forma de consumir roupas que exclui a padronização das peças por meio de gêneros binários, ou seja, masculino e feminino. Pessoas de gênero fluido não se identificam nem como homens, nem como mulheres, isto é, se encontram em uma combinação dos dois gêneros. Já as pessoas agêneras, ou sem gênero, são aquelas que não se identificam com um tipo de gênero específico. 
 
Luta por igualdade e respeito
 
O fato de estilistas, marcas e produtoras de roupas estarem notando o aumento da visibilidade de pessoas com as mais diversas identidades é um reflexo das mudanças da sociedade. A moda convencional, nesse sentido, muitas vezes, não é capaz de absorver a grande diversidade de expressões que se proliferam no mundo real. 
 
Não se trata apenas de homens optando por pintar as unhas, ou mulheres usando camisetas largas e abandonando os sutiãs, mas de borrar todas as fronteiras de gênero que existem na moda, para que cada indivíduo tenha toda liberdade de escolha de peças e estilos. 
 
Corpos livres e seguros
 
Além disso, sabemos que a vestimenta está diretamente relacionada aos diversos tipos de discriminação e preconceito. Segundo a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Segurança Pública, da Confederação Nacional da Indústria (CDI), realizada em 2016, 3 em cada 10 mulheres brasileiras são afetadas na hora de se vestir com medo de sofrerem abusos e assédios sexuais.
 
No caso dos homens, 23% dos entrevistados deixaram de usar determinadas roupas pensando no risco de assaltos ou assédios e, no geral, 27% das pessoas mudaram o modo de se vestir pensando em sua segurança. 
 
A pesquisa mostra como a vestimenta não é só um detalhe, mas faz parte do ciclo da violência. Quando pensamos em termos como “roupa de mulher” ou “roupa de homem”, também abrimos espaço para que casos de machismo, homofobia e transfobia se justifiquem ou se acentuem. 
 
Nicho especializado
 
Essa categoria da moda, impulsionada por lojas que comercializam exclusivamente peças sem gênero ou de gênero fluido, atualmente, tem maior popularidade em outros países. 
 
Nos Estados Unidos, por exemplo, uma figura que ficou bastante conhecida por quebrar padrões de gêneros por meio de suas roupas foi o artista Jaden Smith, filho do ator global Will Smith e da cantora Jada Smith. O jovem mistura o street style e o genderfluid em seu estilo e é considerado uma referência para a moda internacional. 
 
Essa sensação pode parecer nova para alguns, mas, acredite, já existem diversos adeptos, desde consumidores até designers da alta costura. Assim, há saias, camisas e ternos para todos os corpos, independentemente do tipo físico ou da orientação sexual. 
 
Uma mulher cisgênera, outra transgênera e um homem podem utilizar o mesmo modelo de calça, por exemplo. As estampas de uma roupa usada por homens podem conter flores e outras estampas delicadas, sem que isso interfira em sua masculinidade. 
 
No Brasil, personalidades como a cantora Liniker, que é negra, pobre e periférica, também se destacam pela criatividade no modo de se vestir. Desde 2015, quando estudava teatro, a artista passou a criar um visual andrógino, com uso de saias, grandes brincos, turbante, batom e bigode. Segundo a revista Rolling Stones, isso desconstruiu “de forma enfática os códigos imputados ao sexo masculino, sendo que, como intérprete e pessoa, não se define como homem, nem como mulher, sendo um exemplo de pessoa não-binária”.
 
Amanda Britto, designer e influencer, descreveu um pouquinho no seu blog sobre como a moda genderfluid/genderless funciona: “A moda convencional, que estamos mais do que cansadas de ver por aí, já não reflete 100% a nossa realidade. Se o que existe agora não representa fielmente o mundo em que vivemos, precisamos criar novas formas e novos meios de expressar tanta diversidade.”
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