O deputado federal Emanuelzinho (PTB) criticou a maneira do governador Mauro Mendes (DEM) administrar a máquina pública e declarou que o chefe do Paiaguás só olha para os mais ricos. O deputado, que é filho do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), evitou entrar no campo pessoal, diante da crise entre governo e prefeitura, mas sustentou que os servidores públicos têm sofrido com a atual administração, que, segundo ele, é plutocrata. O parlamentar ainda se queixou de não ser recebido por secretários de Estado.
Leia também:
Emanuelzinho questiona paralisação das obras do Júlio Muller e anuncia emenda para o PPA; veja vídeo
“Eu acho que existe uma grande dificuldade de conciliação, porque no meu entendimento o governo Mauro Mendes, não o Mauro, é um governo plutocrata, que olha para a elite, que olha para os mais ricos, em que os servidores são tratados de forma extremamente desrespeitosa, que não existe diálogo e que o Governo do Estado e o Tesouro são tratados como uma empresa particular”, criticou.
Nas últimas semanas, a crise entre Mendes e Pinheiro se agravou. O prefeito chegou a protocolizar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso denúncia de que Mendes estaria utilizando a Delegacia Fazendária para persegui-lo politicamente. Para Emanuelzinho, Mendes tem passado a impressão de que só vai começar a governar quando “derrubar” o prefeito.
“Esses dias eu estava comendo um baguncinha lá no Bairro Planalto e um cidadão estava conversando comigo e ele falou: ‘Emanuelzinho, parece que o Mauro só vai começar a governar quando ele conseguir derrubar Emanuel Pinheiro. Parece que o Mauro quer derrubar Emanuel Pinheiro antes de começar a governar’. Essa é a impressão que está se passando. Esse embate, esse confronto pessoal que está havendo e isso a população tem me dito. Eu acho que é ruim, já fiz um pedido público, vamos esquecer as eleições de 2020, Mato Grosso precisa de Cuiabá e Cuiabá precisa de Mato Grosso. A gente precisa se unir nesse momento para poder trazer os resultados positivos”.
Para o congressista, Mendes trouxe para a administração pública uma noção de administração privada, que não ouve os diferentes segmentos da sociedade. “Numa empresa você toma decisão unilateral. No governo, na coisa pública, você dialoga e chega a um denominador comum e isso não está acontecendo. Famílias estão sendo feridas com isso. Famílias estão tendo que pegar dinheiro emprestado, se endividar”, sustentou.
Portas fechadas
Emanuelzinho ainda reclamou que não tem conseguido marcar audiência com os secretários de Estado e disse estar sendo vetado por ser filho do prefeito de Cuiabá. A exceção, sustenta, fica por conta da pasta de Segurança, comandada por Alexandre Bustamante, e Desenvolvimento Econômico, chefiada por Cesar Miranda.
“Acho que é uma questão de conceito de se enxergar como se governa. Mão de ferro, unilateral e autoritário, mas eu torço e espero para que as coisas se amenizem e melhorem. Que ele faça um grande governo. Se ele for o melhor governador da história de Mato Grosso eu vou sair muito feliz, ainda mais se eu puder ajudar. Tento marcar reunião com a secretária Marioneide [Kliemaschewsk] da educação tem três meses porque quero destinar recursos para as escolas estaduais de Mato Grosso e que recentemente saiu reportagem nacional no profissão repórter sobre as condições e não consigo sentar”, declarou.
“Não querem sentar porque o deputado Emanuelzinho é filho de Emanuel Pinheiro, mas não tem problema, continuo me colocando à disposição para ajudar. Salvo o secretário [de Segurança, Alexandre] Bustamante, que é um grande secretário e que todas as vezes que precisa, nos atende. Agora, o que eu puder ajudar o governador Mauro Mendes a fazer um grande governo, fora picuinha, fora esse espírito pequeno e pensamento mesquinho, estou 100% à disposição de Mato Grosso para somar com ele”.
