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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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PROTOCOLO INTERNACIONAL

Secretaria de Saúde afirma que jovem vítima de feminicídio não sofreu morte cerebral

Foto: Rogério Florentino Pereira/ OD

Secretaria de Saúde afirma que jovem vítima de feminicídio não sofreu morte cerebral
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou nesta quarta-feira (19), que a jovem Karina Souto, 29 anos, não teve morte cerebral. Segundo informações da Pasta, o motivo dela ter acordado do coma, após possível declaração de morte encefálica, não procede devido um protocolo internacional que foi seguido.


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“Todos os pacientes em Mato Grosso que são diagnosticados com morte encefálica passam por uma análise criteriosa da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), por meio da Central Estadual de Transplantes, o que afasta qualquer possibilidade de que um paciente possa retornar à vida”, diz trecho da nota da Secretaria encaminhada nesta quarta-feira ao Olhar Direto.

A verificação de morte encefálica em Mato Grosso segue o estabelecido na Lei nº 9.434 de 1997, que determina que o diagnóstico de morte encefálica é de notificação compulsória, deve ser acompanhado e, sobretudo, validado pelo Estado.

A Central Estadual realiza esse serviço independentemente da doação de órgãos – isto é, após a notificação, a verificação do diagnóstico é feito em todo e qualquer caso.
Os critérios para esse diagnóstico são definidos pela Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.173, de 2017. De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso, Fabiana Molina, somente após cumprida e documentada todas essas etapas é que está confirmado o diagnóstico de morte encefálica.
 
“A Secretaria de Estado de Saúde atua no sentido de reforçar a seriedade na condução, nos registros e no controle do diagnóstico de morte encefálica, o que garante que todos tenham um diagnóstico de forma inequívoca, conforme estabelecido em Lei”, explica.
 
Veja os critérios para a confirmação do diagnóstico é obrigatório a realização mínima dos seguintes procedimentos:
 
- Dois exames clínicos que confirmem coma não perceptivo e ausência de função do tronco encefálico. Esses exames clínicos, cada um deles feito por um médico diferente, devem demonstrar de forma inequívoca a existência das seguintes condições: coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal manifestada pela ausência dos reflexos fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico, vestíbulo-calórico e de tosse;
 
- Teste de apneia que confirme ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima dos centros respiratórios. O teste deverá ser realizado uma única vez por um dos médicos responsáveis pelo exame clínico e deverá comprovar ausência de movimentos respiratórios na presença de hipercapnia (PaCO2 superior a 55mmHg);
 
- Exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica. Este exame deve comprovar de forma inequívoca uma das condições: ausência de perfusão sanguínea encefálica, ausência de atividade metabólica encefálica ou ausência de atividade elétrica encefálica. A obtenção de confirmação documental dessas condições deverá ser feita por meio da realização de um dos seguintes exames: Angiografia Cerebral; Eletroencefalograma; Doppler Transcraniano e Cintilografia.

Versão do pai

A morte cerebral da jovem havia sido confirmada por um profissional do Hospital Municipal. No dia seguinte, uma enfermeira havia recebido a ordem médica para desligar os aparelhos, mas a jovem acordou segundos antes.

"Ela [enfermeira] ficou um tempo de pé, meditando, porque ela era nova, tinha uma vida pela frente, sabia da preocupação, e cantou um hino na mente", relatou o pai da vítima, José Rocha Cardoso, 56 anos, ao Olhar Direto.
 
Morte da jovem

A tentativa de feminicídio seguida de suicídio ocorreu no sábado (1º), no bairro Santa Mônica, em Nova Xavantina (a 660 km de Cuiabá). Segundo testemunhas, por volta de 12h45, um grupo de amigos conversava nos fundos de uma residência, quando Baltazar Augusto chegou e iniciou uma discussão com a ex-namorada.

Baltazar não aceitava o fim da relação de aproximadamente quatro anos e queria retomar o namoro. Ela não aceitou o pedido e devolveu um colar a Baltazar. Quando foi guardar o objeto no carro, o homem pegou uma arma e deu três tiros na vítima. Na sequência, deu um tiro na própria cabeça e morreu no local. 

Karina foi socorrida encaminhada para Barra do Garças em estado grave. No dia seguinte, teria a morte cerebral constatada e dois dias depois, reagiu. Uma enfermeira havia recebido a ordem médica para desligar os aparelhos, mas a jovem acordou segundos antes.
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