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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Com cidade em ‘quarentena’, população de rua fica sem doações e local para tomar banho

Foto: Divulgação / Fórum

Reunião da população de rua na última quinta-feira

Reunião da população de rua na última quinta-feira

Enquanto as pessoas são orientadas a ficar em suas casas para diminuir a propagação do novo coronavírus (COVID-2019), a população de rua, que não tem ‘para onde voltar’, segue à deriva. Com o fechamento das igrejas e associações, diminuíram as doações de alimentos e opções de lugares para fazer a higiene. Pensando nisso, o Fórum de População de Rua de Cuiabá busca voluntários para ajudar neste momento de crise.


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O fórum foi criado em 2017, logo após a demolição da Ilha da Banana, e começou a articular pessoas que se importavam com a população de rua. Neste momento, no entanto, as ações se intensificaram.
 
“O próprio voluntariado das igrejas suspendeu as atividades de entrega de alimentação, e as pessoas em situação de rua já tem uma saúde fragilizada... quase todos eles tem problemas respiratórios, de pele, tuberculose, diversos problemas, então são população de extremo risco, mas estão a Deus dará, abandonados mesmo, perdidos, sem orientação. Eles não têm onde tomar banho, onde lavar as mãos, álcool gel não tem pra gente, imagina pra eles? Pra eles continua tudo igual, enquanto nós estamos em alerta”, lamentou Rosana Esteves Monteiro, defensora pública, e coordenadora do Grupo De Atuação Estratégica Em Direitos Coletivos e integrante do Fórum.
 
Segundo Rosana, a defensoria pública já encaminhou às secretarias de Assistência Social do Estado e do Município um documento com recomendações, pedidos de providência e informações sobre o que está sendo feito em relação a isso. No entanto, eles ainda não receberam resposta.
 
“Só tinham 150 vagas de albergue e agora então a situação esta terrível! Não temos número exato de moradores de rua em Cuiabá, mas estima-se que esteja em torno de 700, 800 pessoas, e teve um boom com a chegada dos venezuelanos. Está todo mundo perdido sem saber o que fazer. Precisamos que o poder público, executivo faça o serviço que tem que fazer e não feche as portas. A gente precisa das portas abertas. Não é a hora de parar de atender essa população, e essas pessoas também são vetores da doença”, completa Rosana.
 
Ações
 
Pensando em minimizar os danos para esta população, o Fórum realizou uma série de ações para ajudar esta população. A primeira delas foi fazer uma ‘vaquinha’ e, com este recurso, irão comprar sabão e alimentos para distribuir. “A ideia que a gente tem é dividir Cuiabá por regiões. No centro pelo menos três pontos de entrega, no Porto, no Coxipó, e a gente fazer várias equipes e ir distribuindo alimentação nesses pontos, sempre com muita responsabilidade, colocando pessoas com saúde boa, que não estejam no grupo risco, na linha de frente para entrega desses alimentos”, explica Rosana.
 
Ela também pede ajuda de estabelecimentos públicos e privados para que abram as portas para que essa população consiga tomar banho. “Fizemos a recomendação de abertura de escolas e ginásios para acolhimento das pessoas, para que elas possam pelo menos tomar banho”, afirma.
 
Ajuda
 
Quem quiser ajudar financeiramente pode doar pela conta:
 
Maria Aparecida de Oliveira
Banco do Brasil
Ag. 2373-6
C/c 2640-9
 
Quem quiser participar ativamente na entrega destes alimentos pode entrar em contato com o Fórum pelos telefones: (65) 99638-3870 / (65) 98161-0907.

Outro lado

As secretarias de Assistência Social do Estado e Município foram procuradas e se manifestaram por meio de notas:

Prefeitura:

Em relação a demanda sobre a população em situação de rua, a Prefeitura de Cuiabá informa que:

- Neste momento, o Município conta com três albergues para acolhimento deste público.

- Ao longo desta semana as atividades de abordagens orientativas foram reforçadas em toda a cidade. 

- Por meio das deliberações do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. a Secretaria de Assistência Social tem debatido novas medidas voltadas para a população de rua.

- Tais ações abrangem as questões de acolhimento, alimentação e higienização. 

- A assinatura do decreto nº 7.849, que decreta situação de emergência, facilita a adoção dessas medidas.


Governo:

A Secretaria de Assistência Social e Cidadania de Mato Grosso (Setasc-MT),  através das Secretarias Adjuntas de Assistência Social e de Direitos Humanos, está elaborando um Plano de Ação que irá auxiliar a população de rua  no combate ao Coronavírus.  A proposta será encaminhada, na próxima segunda-feira (23.03), ao Gabinete de Situação criado pelo Governo do Estado para discutir medidas de prevenção e controle da pandemia. No mesmo dia, a Setasc responderá o oficio elaborado pela Defensoria Pública.  A secretária Rosamaria Carvalho explica que a política que atende os moradores de rua é executada pelo Município, no entanto, entende que neste momento o Governo do Estado será também coadjuvante no processo. “Estamos vivendo um momento muito delicado. A política pública para a população de rua é executada pelo município e o Estado não se furtará de fazer o seu papel para auxiliar quando for preciso”.

*Atualizada às 11h. 
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