Uma pesquisadora descobriu que uma importante espécie de camarão da aquacultura australiana possui um baixo desejo sexual quando encontra-se em cativeiro, após analisar durante horas os momentos de "intimidade" do crustáceo. Gay Marsden, da Universidade Tecnológica de Queensland, passou dois meses filmando o camarão tigre (Penaeus monodon) para entender por que a espécie parecia não ter o mesmo apetite sexual que os exemplares selvagens. As informações são do site Live Science.
Os especialistas suspeitavam desse baixo desejo sexual dos camarões enclausurados, no entanto, muito pouco sabiam sobre o caso. Em busca de uma explicação, a pesquisadora utilizou câmeras infravermelhas para compará-los com os exemplares nascidos no habitat natural.
Segundo ela, a espécie não enfrenta nenhum problema de reprodução quando é capturada na vida selvagem e colocada em um tanque. Porém, os animais nascidos em cativeiro apresentam um comportamento completamente diferente e não demonstram a mesma necessidade de acasalar. "Embora o camarão tigre procrie em grande escala, desovando milhões de ovos, alguns vírus podem causar a aniquilação de populações em poucos dias", afirmou. A reprodução em cativeiro acaba sendo mais segura por proteger os camarões.
Geralmente os machos copulam com as fêmeas depois que elas passam pela troca de proteção corporal - perdem a casca e ficam com o corpo mais frágil para o macho introduzir o esperma. "Ao observar os vídeos, quando as fêmeas se preparavam para o acasalamento, os machos em cativeiro não se interessavam, indicando a ausência de feromônios (oriundos das fêmeas)", acrescentou. Os machos também não contribuíram para a relação ao se mostrarem pouco receptivos aos feromônios existentes.
Os feromônios ou feromonas são substâncias químicas que, captadas por animais de uma mesma espécie, permitem o reconhecimento mútuo e sexual dos indivíduos.
Agora a pesquisadora se dedica a melhorar a alimentação dos camarões e prestar mais atenção nos efeitos causados por diferentes hormônios, com o objetivo de reacender a "chama da paixão" na espécie.
