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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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ANÁLISE

Deputado critica divulgação de dados da Covid em MT e alerta para "platô" elevado da pandemia

Foto: Reprodução

Deputado critica divulgação de dados da Covid em MT e alerta para
A forma como estão sendo divulgados os dados da Covid-19 em Mato Grosso está dificultando a análise de especialistas sobre o crescimento ou desaceleração da doença no estado. O alerta é do deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT).  


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Segundo ele, um platô com número elevado de casos do novo coronavírus se mantém há duas semanas em MT. Ao analisar os dados da última semana epidemiológica, de 19 a 25 de julho, Lúdio observou que a epidemia chegou a um pico no estado na semana anterior, em 11 de julho, e desde então os números têm se mantido em um platô, com média diária de 1.052 casos novos.

“Temos tido nos últimos 14 dias uma média diária de 1.052 casos novos de covid, 40 óbitos e a necessidade de 50 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O pico da pandemia em Mato Grosso pode estar ocorrendo na forma de um platô. Os números mostram que estamos há duas semanas mantendo um platô na curva epidêmica, com número alto de casos”, disse.

Lúdio observou também que houve descontinuidade na alimentação do banco de dados da pandemia em Mato Grosso na semana 29, de 12 a 18 de julho, levando a uma contabilização falha do número de casos de covid-19. O deputado voltou a defender a realização de um inquérito de soroprevalência, com aplicação de testes sorológicos em amostras da população, para verificar o número real de pessoas infectados em nosso estado e se já estamos próximos da chamada imunidade de rebanho.

“A única coisa que evitará uma nova subida no número de casos de covid-19 é se já alcançamos algum grau de imunidade comunitária, a imunidade de rebanho. A própria existência do platô nesses níveis é um sinal de uma taxa de contágio alta encontrando resistência em uma provável imunidade de rebanho. Um inquérito de soroprevalência na população do estado nos ajudaria a responder isso, pois os números oficiais são apenas a ponta do iceberg, uma amostra pequena do número real de casos e ainda sujeita às variações na forma de alimentação do banco de dados estadual”, explicou.

Tiro no escuro

A realização de um inquérito populacional de soroprevalência no atual estágio da pandemia é fundamental para o planejamento seguro de reabertura das atividades econômicas. “A decisão do governador em reabrir as atividades não essenciais é imprudente e intempestiva. A reabertura é um tiro no escuro porque foi feita sem respaldo em informações epidemiológicas. Isso pode prolongar o platô e retardar a descida da curva. Deveria haver um planejamento de reabertura gradativa, com segurança, depois que a curva da pandemia começar a descer, ou seja, quando o número de casos novos da doença começar de fato a cair”, disse Lúdio.

Segundo Lúdio, além do inquérito de soroprevalência, neste cenário é necessária a ampliação dos testes RT-PCR e a mobilização da atenção primária para atender e monitorar os pacientes na fase inicial da doença. “Estamos cobrando a adoção dessas medidas há bastante tempo. O governo está perdido. Não cumpriu sua tarefa, que era evitar que o sistema de saúde entrasse em colapso, e agora reabre tudo como uma cartada política e não como decisão respaldada na epidemiologia. Deveria prevalecer o critério técnico e epidemiológico, e a prudência diante de uma doença muito traiçoeira”, disse Lúdio.
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