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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Empresária relata luta contra vírus e choro de pacientes: 'você pensa que não chegará ao próximo dia'

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Empresária relata luta contra vírus e choro de pacientes: 'você pensa que não chegará ao próximo dia'
“Um verdadeiro terror”. Foi assim que a empresária Margareth Ale Ferreira da Conceição, 53 anos, classificou os primeiros 14 dos 23 dias que ficou internada em um hospital particular de Cuiabá lutando contra o novo coronavírus. Ela, que chegou a ter 75% do pulmão comprometido, relatou o choro dos pacientes dentro da unidade de saúde, as dificuldades que teve de enfrentar sozinha a doença e lembrou das vezes em que acreditava no pior: “Você pensa que não chegará no próximo dia”.


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Ao todo, foram 23 dias que a empresária esteve internada no hospital. O primeiro sintoma que Margareth começou a sentir foi uma forte dor nas costas, parecida com algum problema nos rins. Ela então fez o teste e foi informada que estava carregando a Covid-19.

 

“No período que fiquei no hospital, os primeiros 14 dias eram um verdadeiro terror. Anoitecia e você não sabia se chegaria no próximo dia. Eu tinha muita falta de ar, dor de cabeça, não conseguia falar. Meus pulmões no início ficaram 50% comprometidos, mas depois de uma semana chegou a 75%”, explicou ao Olhar Direto.
 
Segundo a empresária, outro grande problema dentro dos hospitais é a dificuldade para que o paciente possa fazer qualquer coisa, já que ninguém pode ficar no mesmo local e muitos enfermeiros e médicos precisaram ser afastados.
 
“A médica que estava cuidando de mim, depois de três dias, teve que ser afastada, porque também foi infectada. Você não tem ninguém para te ajudar, nem para tomar banho. Depende muito do oxigênio, não consegue ir fazer suas necessidades básicas, pegar uma garrafa de água para tomar. Não sente fome, sede, cheiro. Fica completamente sozinha”, acrescentou.
 
Em meio ao isolamento dentro de um quarto, a empresária relatou que teve momentos em que parecia perder as esperanças. “Você pensa nestas horas que não vai vencer a doença, que não chegará ao próximo dia, lembra da sua família, reza para que não seja contaminada, assim como os amigos. É muita coisa que passa pela cabeça nesse período de isolamento”.
 
“Você escuta muito choro dentro do hospital, gritos, tosse de pessoas que estão dentro do hospital. Isso traz muito medo, muita incerteza do amanhã. Acabei perdendo uns dez quilos enquanto estive internada”, completou.
 
Margareth ainda diz que a maior dificuldade foi dentro do hospital. “Depois que saí, mesmo curada e livre do vírus, você sente que as pessoas tem medo de chegar perto de você, te olham com medo. Mas na verdade, eu é que tenho de ter medo, porque saí com a imunidade muito baixa, com o risco de pegar outras doenças”.
 
“Ainda estou fazendo tratamento, fui muito afetada nos ossos (artrite), fígado e tireoide. Tenho feito vários exames, ido a muitos médicos. É tudo muito incerto, cada dia se descobre algo diferente. Afeta várias áreas. Ainda preciso fazer fisioterapia respiratória, pois sinto um cansaço forte”, explicou a empresária, que entre outros medicamentos fez uso de hidroxicloroquina e azitromicina.
 
“Após contrair o coronavírus, a gente muda a maneira de pensar, olhar o próximo, conceitos, a maneira de ver a vida. Nosso valores, perspectiva de vida são transformados. Nestes 23 dias eu tive muito tempo de pensar, refletir e fazer uma análise da minha vida. Temos que dar mais valor às pequenas coisas que muitas vezes não percebemos. Começamos a ver a vida de forma bem diferente”, continuou Margareth.
 
Por fim, a empresária diz que não vê a hora de que a pandemia termine e manda um recado para quem ainda duvida da doença. “Quero poder abraçar, estar perto das pessoas que amamos. Muitas vezes ficamos adiando para ir tomar um café, falar um eu te amo. Isso é o que temos de mais importante na vida hoje. Para aqueles que não acreditam, tomem cuidado, para os que conseguem escapar, as sequelas não são poucas. O vírus é muito sério”.
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