A reunião convocada pelo governador Mauro Mendes (DEM) – realizada no Palácio Paiaguás, na tarde da última quinta-feira (27) – não serviu para aparar as arestas na cúpula democrata. Os irmãos Campos, segundo apurou a reportagem, deixaram o local visivelmente irritados. Já o chefe do Executivo, na manhã desta sexta-feira (28), defendeu a continuidade do diálogo.

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“Reunião tranquila, política é a arte do diálogo”, limitou-se a dizer o governador, ao ser questionado sobre o assunto durante agenda com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em Várzea Grande.

A crise no partido se instalou há algum tempo, iniciada por conta da proximidade entre a família Campos e o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). Acordo feito lá atrás havia definido que o governador Mauro Mendes assumiria a condução da campanha a prefeito na Capital, deixando os outros líderes livres para tocar a suplementar ao Senado.

Ocorre que, dadas as circunstâncias impostas pela pandemia que fizeram o então candidato na senatoria, Júlio Campos, recuar de sua participação no pleito, o ex-governador e seu irmão Jayme Campos decidiram compor chapa com Nilson Leitão (PSDB), o que desagradou a ala maurista no partido.

Esta semana, durante praticamente todos os dias, as lideranças do DEM têm se reunido para tentar encontrar algum tipo de consenso, mas as conversas terminaram sempre da forma que começaram: sem acordo.

A situação piorou depois que pesquisas contratadas pelos partidos políticos para avaliar o contexto das eleições de novembro mostraram que o então cotado para encabeçar o projeto do DEM, Fábio Garcia, aparece com pouco mais de 1% de intenções de votos.

Uma decisão deverá ser anunciada até a próxima semana, quando começam as convenções. Fontes ligadas ao grupo garantem que Jayme e Júlio não vão recuar do apoio ao tucano, independente da decisão que o governador Mauro Mendes e os filiados que são próximos a ele tomarem.