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Celeridade surpreendente

Selma diz que ‘recebeu recado’ meses antes de ser condenada e que tudo estava acertado: “muito grave”

26 Set 2020 - 16:15

da Redação - Isabela Mercuri / Max Aguiar

Foto: Assessoria

Selma diz que ‘recebeu recado’ meses antes de ser condenada e que tudo estava acertado: “muito grave”
A senadora cassada Selma Arruda (PODE) ficou surpresa com a celeridade no julgamento de seu processo por prática de abuso do poder econômico e arrecadação ilícita de recursos nas eleições de 2018. Segundo ela, dois meses antes de sair a sentença ela recebeu um “recado” de que sairia do cargo, e soube que tudo já estava ‘acertado’. Para a juíza aposentada, tudo foi “arquitetado por mãos criminosas”.


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Selma foi cassada após decisão estabelecida por maioria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em abril de 2020, o  presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargador Gilberto GIraldelli, determinou a diplomação de Carlos Fávaro (PSD) no cargo de senador, até a realização da eleição suplementar, que acontece em 15 de novembro, e na qual Fávaro também participa como candidato.

A juíza aposentada afirmou ao Olhar Direto que não pode dizer quem a alertou, por ser uma pessoa ‘do meio’, mas que o que fizeram com ela foi covardia. “Eu sei que eu fui agredida, eu sei que eu fui atacada, eu sei que ninguém pensou nos meus eleitores. Existe um princípio de direito eleitoral que é o da primazia da vontade popular, né? Ou seja, fez tal coisa, não causou grande dano, não é grande coisa, não fez diferença na eleição... todo mundo sabe que eu me elegi muito pelo efeito Bolsonaro. Todo mundo sabe disso, né? E muito também porque eu tinha já uma história de um serviço prestado, não é isso? Agora, gente, dizer que eu me elegi porque eu gastei 180 mil em maio daquele ano? Ah, por favor, é fazer uma correlação absolutamente inverídica, né?”, lamentou.

Em relação ao abuso de poder econômico, Selma afirma que tem “vontade de rir”, pois concorreu com pessoas mais ricas que ela. Mas que ouvir que ela cometeu crime de Caixa 2 ‘dói’, por ser injustiça. A juíza aposentada também questiona a celeridade do processo.

“Teve episódios que se não fossem tristes seriam risíveis. Um parecer o MPF, da PGR, de 80 laudos feitos em sete horas... quer dizer, vai pro cara de manhã e de noite já está o parecer pronto... um parecer que é quase um copia e cola da defesa do Fávaro, uma coisa assim, estranha... e outras coisas mais”, explica.

Apesar de ter certeza de que foi perseguida, a senadora cassada afirma que não gosta de se vitimizar. “Eu nunca me senti vítima na verdade. Eu acho que eu sou, na verdade, um soldado que... toda guerra tem baixa, né? Sou uma baixa nessa guerra. Mas eu sou uma baixa que ainda está aqui tentando colocar uma outra peça nesse jogo de xadrez aí para ver se a gente... sabe? Perdeu a batalha, mas não vamos perder a guerra não”, finalizou.

Selma foi cassada por seis votos a um, no Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a acusação, o ‘caixa 2’ seria um empréstimo que ela recebeu de seu ex-suplente, o fazendeiro Gilberto Possamai, no valor de R$ 1,5 milhão, antes do início da campanha oficial. O dinheiro não teria sido declarado à Justiça Eleitoral e, com ele, ela teria contratado empresas de pesquisas e de marketing. A defesa de Selma alegou que não se tratava de atos de campanha, e que os gastos não precisavam ser declarados.
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