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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Disputa não polarizada em Cuiabá acirra briga pelo 2º turno e obriga líderes a atacarem em dois flancos

Foto: Rogério Florentino Pereira/ OD

Disputa não polarizada em Cuiabá acirra briga pelo 2º turno e obriga líderes a atacarem em dois flancos
Um prefeito que tenta a reeleição. Um candidato apoiado pelo governo do Estado em busca do controle da capital. Um vereador de primeiro mandato que se notabilizou pelo enfrentamento à atual gestão. A configuração da disputa eleitoral em Cuiabá impediu, até o momento, uma divisão clara em dois polos e acirrou a briga pela vaga no segundo turno. Emanuel Pinheiro (MDB), Roberto França (PATRI) e Abílio Júnior (Podemos) neste momento tentam apresentar propostas, se defender dos ataques que partem de todos os lados e investem, cada um, em dois flancos para minar a imagem dos adversários.


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O atual prefeito, Emanuel Pinheiro, iniciou nesta semana a veiculação de inserções na televisão contra França e Abílio. No caso do primeiro, a campanha emedebista elenca processos judiciais e condenações do passado além de problemas de gestão do período em que o candidato apoiado pelo governo comandou o Palácio Alencastro. Já no caso do vereador, o marketing político de Emanuel explora uma suposta contradição entre o discurso de corte de gastos defendido pelo candidato e a conduta apresentada na Câmara, com o uso de todas as verbas a que tem direito.
 
Já Roberto França tem aproveitado o programa de televisão para tentar desconstruir a imagem de Emanuel Pinheiro. Por mais de uma vez ele citou as delações que pesam contra o atual prefeito. O próprio mote de campanha já visa passar um recado: enquanto o emedebista elenca ações desenvolvidas no atual mandato, França repete insistentemente que “quem não rouba faz muito mais”. Em justificativa ao tom adotado, França declarou que apenas reagiu quando foi atacado. “Não mudei, o que eu falei nas convenções nós estamos provando. Quem me provocou primeiro foi ele, que deu entrevista acusando todo mundo. Eu disse que eu ia dançar conforme a música, né?”, sustentou.
 
Já os ataques contra Abílio não têm partido diretamente de França, mas principalmente de aliados. Um deles é o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho, que chamou o parlamentar de despreparado e desequilibrado.
 
As críticas de Botelho foram prontamente rebatidas por Abílio, que se disse honrado por ser criticado pelo deputado. "Qual é a preocupação do Botelho com a nossa possível gestão na Prefeitura de Cuiabá? Qual é o interesse? Será que ele tem interesse econômico na Prefeitura de Cuiabá e está preocupado com essa loucura do Abílio com relação a contratos que tenha na Prefeitura de Cuiabá? Será que ele está preocupado com o transporte público da nossa cidade? Será que ele está preocupado com a iluminação pública da nossa cidade? Com a pavimentação asfáltica...”, disse, em tom irônico. Já os ataques de Abílio a Emanuel são constantes e feitos a qualquer oportunidade.
 
Emanuel, Mauro Mendes e a Justiça
 
Antes de a disputa eleitoral começar, a polarização era total entre o prefeito de Cuiabá e o governador do Estado, Mauro Mendes (DEM). O grupo planejou lançar o presidente estadual do Democratas, Fábio Garcia, para disputar o Alencastro e recuou de última hora ao aderir ao projeto de França, indicando o vereador Marcelo Bussiki (DEM) como vice.

A coligação de França tenta a todo momento relacionar a atual gestão à corrupção, mas diante de pesquisas eleitorais recentes se viu obrigada a também alvejar Abílio, temendo ficar de fora de um eventual segundo turno. Fabio Garcia e Mauro Mendes são mais cautelosos com Abílio, o que não se repete quando o assunto é Emanuel Pinheiro. Questionados em qualquer roda de conversa, Fabinho e Mendes não abaixam o tom e logo criticam duramente as ações do prefeito. O mal-estar envolve até as primeiras-damas Márcia Pinheiro e Virginia Mendes, que já trocaram farpas publicamente.

O embate não para por aí. Vendo que estava sendo repudiado em todas as situações pelo governador e sua equipe partidária, Emanuel Pinheiro resolveu mandar para a Justiça resolver. Segundo ele, todos os ataques sofrerão ação de calúnia e difamação. Inclusive, nesta semana, para se defender, Emanuel acionou Fabinho na Justiça, querendo que ele pague uma indenização de R$ 50 mil por conta dos ataques. 

"Bandido de carteirinha", "vai ter fim igual a de Silval", "ele vai ser preso", "tem muita cara de pau de pedir voto".  Esses são algumas das frases já ditas pelo governador quando quis atacar Emanuel. 

​Já Emanuel agora "escala time de corruptos" e deixou o lado ameno pra trás e começou a apontar o dedo para quem lhe critica. Ele, em recente entrevista aos jornalistas, disse que Fabio Garcia é "bibelô" de Mauro Mendes e tudo que ele fala quem orquestra é o governador. "Nem peito para disputar comigo ele teve", disse Emanuel. 

Em outra oportunidade, ele disse que o grupo, formado por Mauro, Botelho, Antero, Fabio, Robério, Silval, José Riva e Roberto França, faz igual a Alemanha fez com o Brasil na Copa de 2014. "Eles fazem 7x1 contra mim e acham que eu vou me calar? Ali naquele grupo quem não é delatado apoia algum delatado", continuou o prefeito. 
 
Gisela busca espaço

Enquanto isso, quem corre por fora é Gisela Simona, que no debate da TV Vila Real protagonizou um embate mais pesado com o candidato Abílio. Ela acusou o adversário de machismo ao dizer que ela era uma boa candidata “mesmo sendo mulher”. 

Simona, no entanto, evita elevar o tom para criticar os adversários e agora continua em busca de voto focando em propostas e apresentando seu currículo. "Não vou nem processar o Abílio. Meu tempo está sendo dedicado para Cuiabá e para pedir votos", comentou a candidata. 

Em recente entrevista, Gisela aposta que vai estar no segundo turno e que ela está pronta para um debate com mais tempo e clareza para apresentar suas propostas. 

Os outros candidatos da disputa, Julier Sebastião (PT), Aécio Rodrigues (PSL), Paulo Henrique Grando (Novo) e Gilberto Lopes (Psol), com menos tempo de televisão e estrutura mais enxuta, enfrentam maior dificuldade na busca por destaque.
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