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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Variante do Amazonas

Secretário crê que transferência de pacientes pode ajudar a espalhar mutação mais transmissível da Covid-19

Foto: Reprodução/Ilustração

Secretário crê que transferência de pacientes pode ajudar a espalhar mutação mais transmissível da Covid-19
O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, crê que a transferência de pacientes entre Estados pode ajudar a espalhar a mutação do novo coronavírus, encontrada primeiro no Amazonas e de maior poder de transmissibilidade. Segundo ele, o maior correto seria o Ministério da Saúde montar hospitais de campanha onde o sistema de Saúde já colapsou, para que os pacientes fossem tratados nos seus locais de origem.


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“Algo está acontecendo no Amazonas, passou em Rondônia e está indo. Até porque, não há um controle rígido no controle de pessoas transitando. Seria o caso de ter. Acho que é preciso adotar determinados protocolos rigorosos neste momento. Na opinião nossa, dos secretários de Estado, deveria o Ministério da Saúde montar hospitais de campanha no AM e RO para que não tivéssemos que transferir tantas pessoas”, disse Gilberto ao Jornal da CBN Cuiabá.
 
Ainda conforme o secretário, várias pessoas estão indo para outros centros e levando o vírus com as novas cepas. “A pandemia tem este problema, não existe receita de bolo fácil. Vamos aprendendo ao longo dela. Esta decisão de transferir pacientes para o resto do país, pode acelerar a transmissão desta mutação do vírus”.
 
“Estamos em um número muito alto de casos e óbitos no Estado, é desastroso, triste. Esta pandemia tem um comportamento diretamente proporcional com o da população, não tem outro caminho. Temos novas mutações deste vírus, que estão chegando a outros Estados. A tendência desta pandemia gerar momentos mais críticos, é grande”, acrescentou o secretário.
 
Gilberto lembrou que a capacidade do Estado de abrir Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) é limitada. Isso porque não basta apenas colocar uma cama, já que são necessários equipamentos e profissionais, que, durante a pandemia, estão cada vez mais escassos, já que há demanda no país inteiro.
 
“Estamos em uma taxa de ocupação muito preocupante, em que pese tenhamos mais de 100 leitos disponíveis ainda em Mato Grosso”, finalizou.

Dois casos investigados

A cidade de Rondonópolis (216 quilômetros de Cuiabá) possui dois casos suspeitos da nova cepa do coronavírus. A variante foi encontrada inicialmente em Manaus, no Estado do Amazonas, durante o mês de dezembro do ano passado, e possui maior capacidade de transmissão.

Segundo a Secretaria de Saúde Municipal, o primeiro paciente suspeito era um caminhoneiro de Manaus que estava em trânsito, passou mal, e procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rondonópolis.

Posteriormente, ele foi transferido para o Hospital Regional, mas não resistiu e morreu. Por conta disso, o resultado dele foi inconclusivo. 

O outro suspeito está internado no Hospital Unimed. Ele também veio de outro Estado para ser atendido na unidade de Rondonópolis por ser uma unidade de referência. A equipe médica ainda aguarda o resultado do exame para confirmar se é ou não a nova variante.
 
Variante
 
A variante P.1 evoluiu a partir da linhagem B.1.1.28, que circulava como dominante no estado do Amazonas. A mutação foi identificada pela primeira vez por pesquisadores japoneses, que analisaram amostras coletadas de quatro viajantes que estiveram no Norte do Brasil. Autoridades japonesas comunicaram a descoberta ao Brasil, e, em 12 de janeiro, a Fiocruz Amazônia confirmou que a linhagem evoluiu no estado do Amazonas.
 
A nova variante P.1 do coronavírus SARS-CoV-2 foi encontrada por pesquisadores em 91% das amostras que tiveram seu código genético sequenciado em janeiro no estado do Amazonas. O pesquisador Felipe Naveca, do Instituto Leônicas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), explica que a constatação consolida a variante como a dominante no estado, o que pode ser uma das razões para o aumento de casos de covid-19.
 
Foram sequenciados até o momento 24 genomas coletados em novembro, e em nenhum deles foi encontrada a presença da nova variante. Em dezembro, a P.1 estava em 51% das 55 amostras, e, até 13 de janeiro, em 91% dos 35 genomas sequenciados.
 
O surgimento de novas linhagens virais é um processo esperado, já que faz parte da natureza dos vírus sofrer mutações conforme se multiplicam ao longo do tempo.
 
O estado do Amazonas e a capital, Manaus, tiveram em janeiro o pior momento da pandemia de covid-19, com a média móvel de mortes atingindo mais do que o dobro do recorde registrado em maio do ano passado, segundo o painel de dados Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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